A máxima cristã que ensina que os últimos serão os primeiros vai servir para resolver o problema das vacinas trocadas na Paraíba. Não do ponto de vista do cidadão. Mas das doses trocadas. O Governo do Estado decidiu aplicar a terceira dose levando em conta a marca e o prazo da segunda dose, ignorando, portanto, a primeira aplicação. A informação foi revelada pelo secretário executivo de Saúde da Paraíba, Daniel Beltrammi, durante entrevista ao Frente a Frente da TV Arapuan, nesta segunda, 26.
Levantamento feito junto ao Departamento Nacional de Saúde chegou a apontar que 806 paraibanos haviam tomado a primeira dose de uma marca e a segunda de outra. No Brasil todo, as trocas chegaram a mais de 16 mil pessoas. Com a decisão de aplicar mais uma dose levando em conta a segunda, o governo do Estado ganha tempo para aguardar a chegada de novos lotes de vacinas. E assegura imunização adequada. Beltrammi acrescentou ainda que não existem sinais de problema de saúde para quem tomou a vacina trocada.
Quanto ao prazo para a pessoa que tomou a segunda dose se sentir segura, o secretário diz que o mais preciso é a partir do vigésimo oitavo dia. Ele admitiu que o Brasil deveria estar com uma população cinco vezes mais vacinada com a segunda dose, mas a escassez das vacinas tem emperrado o processo de imunização nacional. O Brasil aplicou a segunda dose, até agora, em pouco mais de 6% da população. Ele confirmou, no entanto, que os números de contágio e óbitos vem diminuindo na Paraíba, fruto, segundo ele, das últimas semanas de restrição, mas avaliou que se “baixarmos a guarda” teremos um mês de julho tão ruim quanto março.