Os amigos todos se reúnem num bar e decidem que ninguém vai beber naquela noite. Aí, do grupo todo, apenas um cumpre o acordo, deixando os demais dando suas bicadas, ou até enchendo a cara, com a garantia de que haverá um motorista da rodada. O motorista, neste caso, é o governador João Azevedo dentro da base sua própria base governista.
Todos sem exceção, em maior ou menor grau, estão fazendo (pré) campanha, revelando seus desejos, e João insiste em ficar na mesa, recusando todo o drink que oferecem, pronto para levar todos os amigos para qualquer lugar que eles desejarem. Em parte, pelo respeito aos companheiros. Noutra por alguma estratégia que se baseia no fato de que, como governador, ele não pode se expor agora. Não?
Ora, não se trata de antecipação. No caso de João, se trata de atraso. Ele deveria entrar 2025, especialmente com o governo bem avaliado que tem, como nome imbatível para senador da República, com o apoio garantido de 220 prefeitos, e com o povo na rua dizendo “uma vaga é de João com certeza”. E, caso decida em abril que não vai se desincompatibilizar, teria poder para sentar com qualquer nome e equacionar o “repasse das bases” de senador em favor de seu candidato ao governo.
Mas João insiste em se esconder e em trabalhar para ser “apenas” o melhor governador da Paraíba. Pode-se ser que alguém o aconselhe a não mergulhar muito na tese de senado para evitar encurtar o mandato de governador que ainda supõe quase dois anos, perdendo o poder agora. Outro erro. O poder de um político está pautado pelo mandato que ele tem e/ou pelo o mandato que ele vai conquistar. João teria os dois. Um para o qual o relógio faz contagem regressiva e o outro para qual o relógio ainda nem começou a contar. Ou seja, uma extensão no lugar de um encurtamento.
Mas, repito, por alguma razão, João Azevedo continua pedindo para que afastem dele o cálice de 2026. Da última vez que ensaiou pegar na taça, e dizer o óbvio, foi repreendido dura e publicamente pelo presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, que, de forma livre e sem repreensões, defende logo duas candidaturas e não apenas a sua própria.
Até quando João Azevedo, dono de obras e ações em toda a Paraíba, vai continuar cumprindo esse papel ?