Não tenho conhecimento de engenharia. Muito menos de terrorismo. Mas não tenho como não ficar apreensivo ao ver as pesadas máquinas que estão trabalhando nas obras de expansão do Manaíra Shopping, um dos principais símbolos econômicos de João Pessoa.
O novo projeto prevê seis andares sobre a estrutura que fica hoje à vista da esquina do Retão de Manaíra com a rua da entrada principal do shopping. Serão lojas, salas comerciais, escritórios, consultórios, além de outros espaços de lazer.
É impossível, portanto, ficar indiferente diante de volumosas vigas de ferro e guinchos que se elevam nas alturas sob as cabeças de centenas de pessoas que trabalham e milhares que circulam todos os dias por lá.
Certamente a obra possui todas as licenças e autorizações necessárias para sua execução e, provavelmente, o “grosso” do projeto só está sendo executado em horários que o shopping não esteja aberto ao público, embora seja possível ver alguns homens e máquinas no local durante horários de funcionamento.
É que minha ignorância me força a imaginar que obras desse porte são feitas com o local completamente sem uso, o que até me parece inviável para este caso visto que muitas lojas não vão poder parar por tanto tempo.
Pode-se alegar ainda que todas as demais obras de expansão do shopping – sete até agora – incluindo novos pisos e a própria Domus Hall, famosa casa de shows do Manaíra, foram feitas neste mesmo modelo adotado nesta nova expansão.
É que dessa vez o “espetáculo da obra” está na esquina de uma das mais movimentadas avenidas da capital. E isso faz com que a gente se lembre de seus riscos todos os dias o dia todo.
Espero, sinceramente, que o empresário Roberto Santiago, um dos mais ousados e corajosos homens de negócios do Brasil, saiba exatamente o que está fazendo.
Como eu disse, não quero fazer terrorismo. Especialmente com um empreendimento que viveu a vida inteira sob tais acusações. Desde que iria afundar o mangue até o desmoronamento da Domus. Coisas que nunca aconteceram, graças a Deus.
Mas que, atualmente, eu tenho vontade de fechar os olhos todas as vezes que passo por lá, isso eu tenho. E rezar para que tudo saia bem. Até o dia em que eu possa botar o pé, com segurança, neste novo espaço, que reflete o vertiginoso crescimento de João Pessoa.