Por conta do Coronavírus, tem muita coisa que está funcionando no Brasil que poderia muito bem ficar como herança depois que tudo isso passar. O SUS como referência, doações de diversos poderes para os setores da saúde pública, apoio do Governo Federal aos mais vulneráveis e a solidariedade e atenção aos mais idosos.
Entre tantas coisas, uma deveria virar regra. A severidade como estão lidando com as fakenews. Isso deveria virar regra após o Covid. Deve ser incorporado como vacina.
Foi a primeira vez que vi gente sendo realmente ameaçada de punição por fazer circular mentiras, boatos, calúnias via redes sociais. Ora, esse é ainda uma brecha em nosso arcabouço jurídico. As pessoas mentem, inventam, ofendem, espalham, em grupos de centenas de leitores, e parece que nada fizeram.
Ora, o crime de calúnia, injúria e difamação, não pode ficar restrito aos meios de comunicação de massa. Se a sociedade passou a ter canais de divulgação próprios, muitos deles mais potentes que os usuais, é preciso que aprenda a usá-los também.
Aprender que a liberdade de expressão e de informação tem limites sim. E o limite termina no início do direito do outro.
Se nós jornalistas temos que trabalhar sempre atentos as esses preceitos, a sociedade em geral também deve.
Afinal, a fofoca, a mentira, o boato viram “notícia” quando jogados em grupos de wathzapp e demais aplicativos de interação.
Dando aos seus autores a mesma responsabilidade que um médico tem ao receber na sala de operação um bisturi para proceder uma cirurgia. É preciso saber que responderá pelos cortes.