Pedro e Romero, dois nomes, o mesmo desejo e algumas diferenças

O ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, e o deputado federal Pedro Cunha Lima tem muitos elementos que os ligam.  Nasceram em Campina Grande, militam na mesma base política e tem parentesco. A partir daí, diante do desejo de ambos em disputar o governo da Paraíba em 2022, os elementos só os separam. E o que é comum vira diferença.

Crítico, muitas vezes ácido, de algumas posturas do presidente Jair Bolsonaro, o jovem Pedro Cunha Lima já disse claramente que não se sentiria muito à vontade de ter o capitão em seu eventual palanque em 2022. Romero, ao contrário, não esconde a intimidade pessoal com o presidente e não descarta a possibilidade de ter o apoio direto do capitão, a quem considera autor de um governo que mais investiu na Paraíba.

Pedro defende abertamente outras opções para disputa presidencial, entre eles o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.  Romero considera que a reeleição de Bolsonaro um processo natural.

Além dessa primeira diferença, Pedro e Romero precisarão enfrentar uma ainda maior para se quiserem manter-se unidos até e, especialmente, após a escolha de quem será realmente o candidato do grupo. Essa é uma fórmula rara na política. Não há doses em grande quantidade.

Embora assegurem que não haverá problemas nem rompimento para a escolha, os dois sabem que precisarão “disputar” individualmente os elementos que o colocarão em vantagem sobre o outro, já que Newton sentenciou ser impossível dois corpos ocuparem o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo.

Cada qual com sua aposta individual, eles tem no prefeito Bruno Cunha Lima, o principal nome do grupo hoje com mandato no Poder Executivo. E capaz de impulsionar a candidatura escolhida a partir da república de Campina Grande.   A preferência de Bruno adotará ao pêndulo uma força considerável. Talvez, decisiva.

Em entrevista ao Frente a Frente, da TV Arapuan, Romero já botou as garras de fora e revelou que Bruno já sabe da preferência do campinense pela candidatura dele ao governador do Estado. “Na campanha, as pessoas diziam a Bruno que votariam nele para prefeito e em mim para governador. Bruno ouviu isso”, disparou Romero, quase que num desafio para o prefeito de Campina.

Já Pedro, para amenizar o peso do primo prefeito, disse que a decisão será tomada em conjunto colocando em pé de igualdade manifestações de outros líderes do grupo, a exemplo de deputados estaduais, federais, prefeitos e, claro, do seu próprio pai, o ex-senador Cássio Cunha Lima.

Cumprindo a agenda administrativa, Bruno deverá fazer ouvido de mercador aos sinais vindos de Pedro e Romero, deixando esse tema para ser decidido quando o prazo realmente exigir. Torcendo para que a escolha possa ser feita até antes mesmo de ser obrigado a ser o “juiz supremo” da decisão.

Enquanto isso, Pedro e Romero vão correr nas suas raias, tendo o difícil cuidado de não pisarem no pé do outro, evitando rasteiras. Visíveis.

 

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