No dia 9 de setembro passado, escrevemos artigo sobre a carta assinada pelo governador João Azevedo questionando a destituição de Edvaldo Rosas da presidente do PSB paraibano e se negando a compor a Comissão Provisória definida pela Direção Nacional da legenda sob o título “O Prefácio do Rompimento”.
Quis o destino que quase três meses depois, também em carta, João estivesse escrevendo o prólogo de sua relação com o ex-governador Ricardo Coutinho. A exemplo do “prefácio”, depois de muita farpa oral, teve que ser por carta a oficialização do rompimento. Um jeito antigo de comunicação, mas que cabe na característica de João, que é a de falar pouco. Especialmente em comparação com Ricardo.
Da primeira para a segunda carta, percebam, pouca coisa mudou. Aliás, a missiva desta terça, 3, repete algumas mesmas expressões da primeira, a exemplo do grito de guerra “Democracia, Sempre! Ditadura, nunca mais!”, resumindo críticas a um postura considerada por João autoritária dentro do PSB.
Da primeira para a segunda carta, nem Ricardo nem João mudaram de postura. Nenhum dos dois lados em discussão resolveu ceder, atenuar, esfriar. O tempo, neste caso, só aprofundou o distanciamento, e as incompatibilidades. O resultado é um rompimento oficial.
E no jogo da frieza verbal, João conseguiu ser mais paciente.
Ricardo é que não aguentou. E ontem à noite, na TV Master, dias após as demissões de socialistas do Governo, detonou clara e abertamente João Azevedo como pessoa, como gestor e como político. Para a pessoa, a pecha de mentiroso e traidor, para o gestor, a pecha de lento, e como político, ausente de posição.
João, como dissemos ontem mesmo, após a fala de Ricardo, não poderia ficar silente. Tinha que tomar alguma posição. Tomou. E ainda tem muitas outras a tomar, como a restruturação política e administrativa do governo que, agora sim, passará a conduzir “sozinho”. Quer dizer, sem a presença gigantesca de Ricardo sob seus ombros.
Ricardo e João estão, assim, desobrigados de si.
O ex-governador na oposição. Aberto para aglutinar a força que desejar contra o Governo do Estado. E João Azevedo idem. Livre para escolher o novo caminho, partido e posição para as eleições de 2020 e 2022, e, entre estes anos, administrar um estado.
Estarão mais aliviados ambos.
E prontos para medir forças como adversários. E não mais como aliados internamente chateados.
O desafio de João é tocar a gestão enfrentando a oposição do ex-governador, que estará sempre pronto a lembrar que esta ou aquela obra foi iniciada em sua gestão, e assumir uma nova casa partidária onde construa forças para futuras e eventuais conquistas políticas.
O desafio de Ricardo, sem mandato, é evitar o máximo de esvaziamento que ocorrerá no PSB e acertar na jogada que fará nas eleições municipais a partir de 2020.
O rompimento de Ricardo e João é, portanto, só uma começo para um nova e emocionante história da política paraibana.
Uma resposta
sabe quando você admira uma pessoa por sua assertividade, seu posicionamento sem meias palavras? É assim a minha admiração por Ricardo Coutinho. Sempre fiel a um projeto coletivo, sempre na liderança, mas sabendo conduzir o processo de diálogo quando possível dialogar, e tomando decisões quando esse projeto coletivo fica em risco por causa de projetos e desejos individuais dos Meira’s, dos Bandeira’s da vida. Hoje meu coração mais uma vez entristece, mais uma vez vejo a conjuntura da traição, das mentiras, do oportunismo, mais uma vez vejo, o que considero hoje como ex-companheiros, terem um discurso muito bonito, mas uma prática aproveitadora, estão importando-se apenas com seu bem estar financeiro, mais uma vez os traidores de outrora conseguem juntar os oportunistas de hoje e atacam Ricardo, como fazem todos os traidores.
A Paraíba hoje brinda índices positivos não por causa de João Azevêdo, mas sim pela forma de governar de Ricardo que sempre manteve as rédeas firmes na condução do projeto que fez João Pessoa e a Paraíba dar um salto na qualidade de vida e no desenvolvimento humano e econômico.
Quiz o destino que eu mudasse de cidade, hoje vivo em Ribeirão Preto/SP, meu coração me trouxe para cá, estou feliz com essa escolha. Entretanto não me desliguei dos que para mim são caros, admiro e me orgulho de dizer que este homem é para mim um exemplo, quanto aos Joões, os Agras, os Barbosas e Tibérios da vida, esses só me decepcionam, muito triste pois os conheci antes e sei o que fizeram no verão passado… São tempos de traição novamente…Sei que muitos estão calados pela força do salário que cai todo mês em suas contas e serão forçados a virar as costas para quem um dia lhe estendeu a mão.
Quanto a mim sigo firme na decisão que tomei a mais em 1993 quando votei em Ricardo pela primeira vez para vereador e continuo firme apoiando mesmo sabendo que será a primeira vez que não poderei dar meu voto a ele ou a quem ele indicar. Como ele mesmo diz Avante Sempre!