O destino de Dr. Jhony e o dilema de João Azevedo

Dentre tantas coisas, quando retornar da licença, o governador João Azevedo vai precisar dar solução a um dilema que se constituiu após as eleições de 2024. O destino do ex-secretário de Saúde e ex-candidato a prefeito de Campina Grande, Dr. Jhony Bezerra.

Não parece que se trata de uma questão óbvia de retornar ao lugar de onde estava quando saiu para disputar a eleição contra os Cunha Lima, sendo protagonista de uma das maiores apostas do PSB nestas eleições. Se fosse, Jhony já teria voltado para a Secretaria de Saúde do Estado na segunda-feira após o resultado do segundo turno.

Mesmo que não fosse na segunda, a fim de ganhar apenas alguns dias de descanso da ressaca da eleição, o retorno de Jhony já teria sido naturalmente confirmado pelo governador já na mesma semana num tom, inclusive, de naturalização pelo qual “todo mundo sabia que ele voltaria caso perdesse”.

A fala do governador João sinalizando desejo de aproveitamento, mas sem conseguir dizer exatamente como, no entanto, deu um ar de problema a ser equacionado.

O mais inexperiente leitor político sabe que se Jhony não retornar aos palcos a formação do novo quadro político dentro do PSB corre o risco de dissipar no ar com o passar do tempo, fazendo a base governista perder praticamente o importante patrimônio eleitoral que conquistou botando medo na poderosa máquina de continuidade dos Cunha Lima em Campina Grande. O que seria um grande desperdício. João também sabe disso. Por isso a consciência de querer fazer Jhony retornar à vitrine.

Mas onde? Como ?

Jhony foi um reconhecido secretário de Saúde, conduzindo com eficiência programas que foram importantes para formação do bom conceito do governo João, a exemplo do Opera Paraíba. Tanto que foi o escolhido e bancado pelo PSB para fazer a disputa, inicialmente, de sucesso duvidoso, em Campina.

O problema é que o atual secretário, o jovem Ari Reis, também é. Homem que ganhou confiança do governador e da gestão. Dinâmico, operoso e bom de fala, não deixou o ritmo da secretaria retroceder um segundo sequer. E,agora, por causa de excesso, João Azevedo tem dificuldade de fechar o prognóstico e definir qual dos pacientes merece receber alta primeiro.

Há quem diga ainda que seria preciso pensar em algo que deixasse Jhony Bezerra mais presente e atuante especificamente em Campina Grande. Mas o que? Retornar à diretoria do Trauma, ficando numa posição estratégica, mas abaixo da que já conduziu?

São muitas dúvidas. Muitos diagnósticos. E, até agora, pouca clareza do melhor tratamento a ser dado.

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