Políticos entendem de política. Marqueteiros de marketing. Quando ambos se juntam é parao segundo potencializar o trabalho do primeiro. Assim, não ouvi-los, muitas vezes, faz com que o político possa cometer alguns equívocos, sejam eles revestidos de omissão ou exagero.
O que tinha que o deputado federal Murilo Galdino (Republicanos) em ir às redes sociais para reafirmar em público que, na verdade, era a opção principal do irmão, Adriano Galdino, para conselheiro de Tribunal de Contas do Estado? E pior: reafirmar que disse não porque preferiu ficar na Câmara Federal como deputado e que tal decisão “foi melhor para ele e para Adriano Galdino”?
Em pleno debate de afirmação do nome de Allana Galdino, filha do presidente da Assembleia, perante à classe política, ao TCE e, especialmente, à sociedade, Murilo Galdino faz um pronunciamento no seu perfil no instagram oficializando que ela é um plano B da família. E que ela só foi porque ele disse “não”. Sério mesmo isso?
Em que Murilo Galdino ajudou a sobrinha com uma fala dessa? Oficializando que Galdino se debruçou sobre uma lista de parentes para ir selecionando um a um ? E que chegou em Allana não porque ela merece, preenche os requisitos e será a primeira mulher a ocupar uma vaga de conselheira, quebrando um ciclo histórico da predominância masculina na corte de contas da Paraíba, mas porque “Murilo negou”.
Se era para elogiá-la, diminuiu-a. Errou feio.
Em pleno debate sobre familismo, oligarquia e outras críticas que estão sendo dirigidas, a fala de Murilo não só não contribui para o discurso pró Allana, como dificulta o debate em favor da indicação. Deveria era deletar. E ter deixado que a informação sobre o convite feito a ele não passou de mera especulação.
Aliás, poderia era ter esticado sua estadia na França. E ter voltado somente depois da posse.