As eleições municipais estão chegando ao fim. Apesar de chegar dezembro e o dia 27 de outubro não. E a Paraíba já vai emendar em outra eleição, tão cara quanto de muitas cidades do interior do estado. Data vênia, chegou a hora de todas as atenções se voltarem para a eleição da OAB da Paraíba ! E ela se dará naquele roteiro de enfrentamento entre o criador e a criatura. Paulo Maia, ex-presidente da Ordem, versus Harrison Targino, atual presidente, que ganhou a eleição apoiado pelo seu adversário de hoje.
O rompimento de ambos já começou logo depois da vitória de Harrison. Na solenidade de posse o clima já não estava bom. Depois daí foi só troca de farpas e ataques mútuos, até que Paulo Maia confirmou candidatura contra o sucessor.
A disputa pela presidência da OAB da Paraíba movimenta uma categoria que tem pouco mais de 20 mil inscritos (muitos inadimplentes), mas que parece eleição para presidente dos Estados Unidos, dados os valores e a atenção que ela atrai. Em jogo, cargos importantes como de conselheiro federal que garante um network maravilhoso perante os tribunais.
Estava um tanto quanto esquecida ou colocada em segundo plano, em razão das eleições municipais e pela composição da lista sêxtupla para indicação de desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba. Mas agora que tudo isso passou, a eleição da presidência da OAB pede passagem para ganhar as manchetes.
E nem há muito tempo de campanha visto que a eleição já é agora em 19 de novembro. Os candidatos, inclusive, já formaram chapa e já tem até número.
O curioso é que Harrison Targino ficou com o mesmo número que Cícero Lucena está usando na disputa pela prefeitura de João Pessoa. Será que vai confundir o eleitorado? Uma vez que o atual presidente precisa tirar a imagem de ser anti base do governo João Azevedo. Primeiro porque tem no escritório uma AIJE contra o governador. E depois porque, mesmo tomando uma atitude louvável em adotar a tal lista paritária de três mulheres e três homens para escolha do desembargador pela OAB, acabou ferindo de morte o candidato do governador, o advogado Fábio Andrade que ficou de fora dos nomes que vão para análise do Tribunal.
Em seu favor, Harrison conta com o privilégio da reeleição que dá a quem está na gestão a famosa caneta do bem. Paulo, no entanto, aposta no recall de sua gestão e na força dos nomes que tem reunido em seu favor, a exemplo da advogado Maria Cristina Santiago, a Kiu, segunda colocada na eleição passada, e dos advogados mais votados na lista sêxtupla da OAB.
A campanha é curta. Os desejos são longos. Vamos ver como se colocarão ambos nesta disputa de 100 metros. Tenho absoluta convicção de que não faltarão rasteiras.