Tem movimento da política que é sutil. Tem outros que são escancaradamente reveladores. A presença, conforme registro fotográfico do antenado jornalista Maurílio Júnior – “exclusiva” entre os aliados, inclusive – do presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, na recepção a Cícero Lucena, pós fuga de Israel, foi um ato desses bem óbvios.
Ficou evidente que Galdino quis insinuar ao mundo que está rolando uma coisa entre os dois. Porque o deputado nunca nutriu essa amizade toda com o prefeito da capital. De repente, lá está ele, entre familiares e servidores da PMJP, dando mote para que a crônica política local fale em acordo fechado, união dos excluídos, dobradinha dos rompidos e por aí vai dependendo da criatividade.
Não que Cícero não merecesse a solidariedade dos aliados. Mas é que, no caso dos dois, é difícil até de achar foto juntos no google. E, de repente, o amor se fez.
Cícero não se fez de rogado e, claro, também deve ter adorado o movimento. Parece aquela estratégia de adolescente quando queríamos fazer ciúme a uma menina e aparecíamos com outra somente para sermos notados.
Se Cícero explora seu retorno de um jeito, Galdino explora de outro. E os dois constroem juntos, mesmo que não estejam nem aí um para o outro, um storytelling que pretende assustar os demais aliados da base governista. Até onde cada um dos dois está encenando ou até onde é realmente união de forças para deflagração da “guerra” é o ponto chave a se descobrir para além das especulações.
O fato é que Cícero e Galdino podem sim se juntar não por interesses em comum. Mas por desinteresses comuns.