Nos relacionamentos, quando se quer fazer raiva a alguém, seja por vingança ou para causar ciúme, basta flertar com outrem. Isso vale da amizade ao namoro. E na política também.
A aparição de Romero Rodrigues no evento do Republicanos em Campina Grande é um exemplo clássico dessa estratégia juvenil.
Romero vestiu azul, fez o número 10 com as mãos, posou para fotos com braços levantados, gestos típicos de candidato. Mas não se filiou. Fez só a graça. E insinuou um monte de coisa sem confirmar nem descartar nada.
Com isso, reafirmou sem dizer uma palavra que está insatisfeito com os rumos que as coisas tomaram em Campina Grande, após posse de Bruno Cunha Lima na prefeitura, e manteve vivíssima a tese ameaçadora de que poderá ser candidato a prefeito contra seu sucessor.
O detalhe é que fez isso sem ultrapassar o limite, sem permitir que se fale em rompimento oficial com Bruno. E que voltando aos tempos dos antigos amores não terá problema algum. Algo muito parecido com o que já fez com o governador João Azevedo.
Do outro lado, o Republicanos também adora esta encenação. Porque deseja realmente entrar no jogo de uma disputa importante como Campina Grande, e ainda mais com um jogador competitivo como Romero. Ajudaria muito a legenda quando do jogo em 2026.
Então, o que custa servir de palco para Romero.
Ambos, portanto, estão sendo úteis entre si neste momento. Romero provoca Bruno e Republicanos o governo e os Ribeiro.
Mas mesmo que a filiação e a candidatura não aconteçam efetivamente, Romero e Republicanos já terão dado sua contribuição mútua.