Quem tem medo de Nabor ?

A entrada do nome de Nabor Wanderley, prefeito de Patos e pai de Hugo Motta, na lista dos possíveis candidatos ao Senado nas eleições de 2026 virou de cabeça para baixo a mesa das apostas do jogo político na Paraíba.

Do litoral ao sertão, foi um disse me disse só resultando numa incontável lista de análises e algumas tantas teorias da conspiração.

A que mais recebeu ficha foi a de que o prefeito sertanejo vai tirar a vaga do governador João Azevedo (PSB). E a segunda que já havia acordo fechado entre Nabor (Republicanos) e o senador Veneziano (MDB) para tanto.

Aí, mesmo levando em conta as conversas sobre federação Republicanos/MDB, não consegui ficar calado. Adoro falar no barulho da euforia.

Não quero refutar completamente tese alguma porque, como sabemos, no céu da política tá cheio de boi voando. Mas é preciso chamar os eufóricos – e os equilibrados – para reflexão.

A entrada de Nabor mexe sim com o quadro eleitoral para conquista das duas vagas de senador. Isso não se discute. Afinal, estamos falando do apoio luxuoso do super Republicanos e de Hugo Motta e suas emendas amestradas.

Mas é uma precipitação pouco racional dizer que ele só ameaça o governador João. Não ! Ele ameaça qualquer um. A entrada de Nabor é a entrada de mais um nome competitivo numa disputa que só tem duas vagas e que quanto menos nomes melhor.

Nabor, portanto, coloca todo mundo precisando trabalhar mais. Inclusive ele próprio. Porque será preciso ir atrás de votos em Joao Pessoa, por exemplo. E descobrir até que ponto as brigas nacionais compradas pelo filho podem gerar uma rejeição para ele aqui na Paraíba. Essa é a primeira provocação que faço.

A segunda é contra a tese número dois pela qual Veneziano já conquistou seus apoios e agora só tem voto para mais um senador e este voto vai para Nabor. Quem pode garantir isso, cara pálida?! Da mesma forma que se pode tirar voto de um pode-se tirar voto do outro. Basta que  articulação – que se escreve também com $ além da Cedilha – do adversário seja mais atraente.

Quer falar sobre solidez do apoio, aí tudo bem. Dificilmente, Nabor será traído pelo filho. Já João precisa ter segurança do apoio que terá após deixar o governo. Aí pode residir uma fragilidade. Mas só aí. Num cenário teórico de apoio mantido e garantido pelo Governo do Estado, já sob eventual comando de Lucas Ribeiro (PP), e/ou do prefeito Cícero Lucena (PP) ou Léo Bezerra (PSB), em Joao Pessoa, João mantém as chances de ser, inclusive, de trabalhar para ser o mais votado.

Adiante-se que, por cautela, será bom que seu primeiro suplente tenha o sobrenome Ribeiro ou Lucena.

Assim, teremos uma disputa entre mais nomes competitivos para uma eleição que só possui duas vagas. É preciso não ignorar ainda as chances dos candidatos ao Senado mais ligados ao bolsonarismo, como o Pastor Sérgio Queiroz (Novo) e, agora, o deputado federal Cabo Gilberto (PL). Até onde eles podem chagar numa campanha que será bem nacionalizada em razão da disputa direita versus esquerda pelo comando do Senado.

Além – e por causa – de tudo isso, é muito mais provável que quando os jogos começarem todos os nomes postos corram atrás de seu mandato de forma individual. Ou seja, as dobradinhas mais fechadas – e leais – não deverão ser, na prática, a tônica desta disputa para o Senado. Podem até aparecer nos santinhos, nos palanques, mas na guerra por voto, será cada um por si e Deus por todos.

E, neste sentido, a tese mais racional é de que não dá para apostar antecipadamente a ficha em seu ninguém.

No máximo, prever que haverá “dedo no olho” e “puxada de tapete”. Mas cálculos antecipados, não.

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