Pesquisa Consult: dois medos exigem duas bravuras

Não que o combate ao Coronavírus deva ser pautado por vontades ou desejos.
Enfrenta-lo e, neste sentido, tomar decisões para atenuar todos os seus efeitos nos diversos campos da vida humana
exige base científica, e análise de diversos parâmetros, entre eles, velocidade do contágio,
número de infectados, capacidade de atendimento médico e hospitalar, descoberta de tratamentos
e vacinas, entre tantos outros.
Mas as autoridades em exercício neste momento único da história do mundo
não podem ignorar por completo aquilo que se passa na cabeça e no coração da massa de pessoas.
A pesquisa Consult, divulgada pelo Sistema Arapuan, expondo um pouco do sentimento e do comportamento
dos paraibanos em relação à pandemia da Covid na Paraíba, revela alguns sinais que devem ser
levados em consideração, para tomada de decisões e adoção urgente de medidas.
O dado que aponta que, entre os paraibanos, o medo de pegar Coronavírus, uma doença que, até agora,
já matou mais de 61 mil pessoas no Brasil, é do tamanho do medo de ficar sem condições financeiras
para sustentar a família, é extremamente simbólico.
Um dado que é, na sequência, das perguntas da pesquisa, que ouviu 2.000 pessoas em todo o Estado,
complementado pelo desejo de 63% da população de que se inicie a reabertura do comércio e ainda
pela informação de que, pelo menos, 42% dos ouvidos ou perderam o empregou ou tiveram familiares
que perderam o emprego. Um quadro que revela a degradação violenta que a Covid trouxe para
a economia. E que, como dissemos, não pode ser ignorado sob o olhar frio e científico de quem
, sob a segurança do irredutível salário de servidor público, prefere dedicar EXCLUSIVAMENTE todas as energias
tão somente para conter o contágio.
Grifo o EXCLUSIVAMENTE porque cuidar de conter o contágio é sim o primeiro movimento a ser feito. Mas não pode
ser o último. Ora, imagine se a ciência apontar que o simples ato de respirar já é causa para pegar o Coronavírus.
Vão baixar normas para a humanidade parar de respirar imediatamente? Não! Iremos é encontrar alternativas, nem que seja
mudar-se para Marte, para continuarmos respirando.
Mesmo que seja para manter o rigoroso plano de isolamento social é preciso atacar com o mesmo vigor
o monstro da perda de renda. Se a ciência diz que é necessário manter o isolamento, permitir apenas
a abertura daquilo que é essencial, então que se assegure o resto. Mas como assegurar se o poder público
não tem pernas para isso?
É por isso que existe uma coisa chamada economia de mercado. Algo sobre o qual o próprio estado, no sentido
de poder público, se sustenta, inclusive, ao arrecadar impostos.
O fato é que se o objetivo da política é o bem estar da população a política de priorizar somente um medo
é um equívoco.
Essencial é tudo aquilo que qualquer pessoa precisa para viver. E um trabalhador que está parado porque atua
num ramo não essencial não terá a capacidade de acessar o essencial para cuidar de si e de sua família.
Neste silogismo, tudo que gera, legalmente óbvio, emprego e renda neste mundo é essencial.
A pesquisa da Consult deve servir de bússola para o governo do Estado, as prefeituras, e os demais poderes
quando sentarem para discutir o futuro do enfrentamento ao Coronavírus.
É preciso levar em conta os dois principais medos.
Cuidar somente de um é covardia.

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