Para fazer um senador, PSB não precisa se desfazer de um federal

Partido que esteve no centro do poder da Paraíba nos últimos 15 anos, o PSB paraibano está prestes a viver uma nova fase a partir de 2026 ao trocar o protagonismo junto ao governo do Estado para avançar em espaços no Congresso Nacional.

A maior promessa é exatamente o atual governador João Azevedo, que já ouviu da cúpula nacional da legenda, do próprio presidente Lula e, certamente, da sua própria consciência, chamados para encerrar sua fase de executivo e abrir um novo ciclo no legislativo, deixando o cargo para disputar uma vaga no Senado. Uma moeda bastante valorizada pelo Planalto e pelo Supremo Tribunal Federal, inclusive.

Mas o avanço de João no Senado, por ora, traz consigo um cenário de retrocesso junto à Câmara Federal. É que até agora não se sabe exatamente quais são os candidatos a deputado federal do PSB da Paraíba, o que tem deixado sem dormir o único representante da legenda em Brasília, o deputado federal Gervásio Maia.

Seu receio, antes revelado apenas nos bastidores, ficou mais evidente quando de informações e entrevistas do próprio Gervásio apelando para necessidade de construção urgente de um planejamento para formar uma chapa competitiva, capaz de não apenas manter a cadeira que já possui, mas aumentar mais uma. Ele chegou a admitir que ter conversado com outras legendas, para analisar alternativas mais palpáveis de reeleição.

O medo tem nome e número, um coeficiente eleitoral de, aproximadamente, 180 mil votos que cada legenda precisa obter para emplacar um deputado. Uma quantidade dobrada em relação aos pouco mais de 69 mil votos que Gervasinho teve nas eleições de 2022.

A matemática supõe que será preciso um número específico de candidatos competitivos para que o PSB atinja os primeiros 180 mil para fazer um deputado. E a política que o partido tenha a capacidade de atrair pretendentes sob a capacidade de fazer até dois.

O problema é que, fora Gervásio Maia, não se encontra tantos outros pretendentes. Jhonny Bezerra, que foi apoiado pelo PSB para prefeito de Campina Grande sob a promessa de que, perdendo, seria candidato a deputado federal, já pulou fora e sinalizou candidatura a deputado estadual.

O atual presidente do Porto de Cabedelo, ex-deputado Ricardo Barbosa, está como os mesmos medos de Gervásio, e já sinalizou trocar de legenda. A também secretária Pollyana Werton, que já foi candidata ao Senado, até agora não colocou seu bloco na rua. Provavelmente pelos mesmos motivos dos outros dois. E o ex-prefeito de Sousa, Fábio Tyrone, bom quadro com boa perspectiva de votos, tem que garantir superação de processos judiciais que podem barrar uma eventual candidatura.

Para piorar a situação, se sair para o Senado, João Azevedo estará deixando o governo nas mãos do PP, e os candidatos do PSB serão obrigados a confiar em seus próprios destinos.

O que se pode perceber, vendo de fora, é que este não é um tema que parece estar na agenda do governador João. E somente um movimento da direção nacional do PSB, que tem metas da ampliar sua bancada na Câmara Federal, com vistas à ampliação do Fundo Partidário, para os futuros embates a ser enfrentado pela legenda que tem João Campos, de Recife, com sua maior promessa nacional, poderia fazer o PSB da Paraíba entender que, para fazer um Senador, não precisa perder seus espaços na Câmara Federal.

Isso pegaria mal até para um senador eleito.

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