Da última vez que deram pouca bola para candidatura do ex-ministro Marcelo Queiroga, atual presidente do PL paraibano, ele foi parar no segundo turno das eleições na disputa pela prefeitura de João Pessoa, terminando com quase 150 mil dos eleitores pessoenses.
Por isso que é de bom alvitre, como se diz nos clássicos, que se olhe com mais atenção e menos desprezo para a possibilidade dele estar como representante de Bolsonaro em uma candidatura ao governo da Paraíba em 2026.
O “pré-lançamento” foi feito pelo próprio ex-presidente, durante uma entrevista esta semana. QUeiroga seria o candidato ao governo e ainda teria o Pastor Sérgio Queiroz, seu candidato a vice-prefeito nas eleições de João Pessoa, como candidato ao Senado na chapa.
Tudo para fazer frente ao bloco governista, atualmente liderado pelo governador João Azevedo (PSB), que compõe a base de apoio de reeleição do presidente Lula. Porém, a primeira vítima de uma eventual candidatura de Queiroga e Queiroz é o bloco oposicionista.
Porque Queiroga divide e toma para si parte (pra não dizer uma boa parte) dos votos bolsonaristas mais genuínos que não estão dispostos a votar em nomes que compõem uma chapa de apoio a Lula, tirando de Pedro Cuna Lima (PSD) ou Efraim Filho (União Brasil) o que seria deles por falta de opção. Especialmente nas cidades de grande e médio porte.
Aliás, resguardadas as diferenças, foi assim que em João Pessoa, no confronto com Cícero Lucena (PP), candidato à reeleição, a chapa “Quero-Quero” conseguiu desbancar o ex-prefeito da Capital, Luciano Cartaxo do PT, que ficou em quarto colocado, e ainda sua maior vítima, o deputado federal Ruy Carneiro, que se fosse candidato da oposição sem Queiroga, certamente, teria ficado com os votos que consquistou e ainda com os do bolsonarismo que não votariam em Cartaxo de jeito algum.
Queiroga e Queiroz abocanharam praticamente 40% dos eleitores da eleição passada. E olhe que nem estamos falando de um candidato leve, que atrai espontaneamente a votação de eleitores ávidos por um bom candidato. Estamos falando de fidelidade eleitoral.
Por isso que o eleitor bolsonarista da Paraíba, que estaria disposto a votar com a oposição na Paraíba, para “evitar dar apoio aos comunistas que dão apoio a Lula”, votaria facilmente com Pedro ou Efraim, mas com a opção de um fiel escudeiro do Capitão, tende a exercer sua lealdade votando em Queiroga.
Quem confiar em outra leitura, poderá ser traído pelo próprio pensamento.