Ninguém pode ser culpado por ser amado e a árdua tarefa da oposição em CG

Decepção é um sentimento que só anda atrás da confiança. Nunca na frente. Muito se tem atacado Romero Rodrigues pela posição que tomou em, engolir a seco anos de alguns sapos, e reafirmar aliança em favor de Bruno Cunha Lima. Mas Romero só frustrou porque colocaram expectativas sobre ele. Tinha e tem todo o direito de tomar a decisão que tomou. E quem deu esse direito foi exatamente quem depositou toda sua confiança nele. Ninguém pode ser culpado por ser amado. Nem Romero. E quem esperou nele é quem menos pode cobrá-lo.

Agora, o desafio da oposição em Campina Grande é tentar fechar o buraco que ela mesma cavou ao longo desses dois anos. Porque, na verdade, estava cômodo para oposição em Campina. Não precisar fazer esforço algum porque Romero viria para salvar, num passe de mágica, a todos das mãos de Bruno. Depositaram não apenas a confiança em Romero. Mas a disposição para trabalhar. Agiram como o grilo da fábula. Passaram o verão em Camboinha e quando chegou o inverno descobriram que a formiga não iria trabalhar contra Bruno.

Claro que é fácil dizer isso após Romero ter tomado a posição que tomou. Uma vez que se havia uma possibilidade de ter o “maior” ao seu lado ninguém em sã consciência deixaria de tratá-lo como vênias e afagos. Mas esse movimento de Romero, o segundo de sua carreira, deixa uma lição. Que vale para política. E vale pra vida.

Tudo o que desejamos precisamos fazer independentemente do movimento dos outros. Não se trata de dispensar colaborações. Mas de entender que elas são complemento. E não o principal.

A oposição toda em Campina deveria ter ao longo desse tempo todo até tratado como Romero nos bastidores, mas no público, e na realidade, ter agido como se ele não existisse. Como? Bastava acreditar primeiro que ele não existia. Adotar um discurso de dizer “Romero ainda pactua com Bruno, enquanto ele não deixá-lo não serve para nós que queremos salvar Campina”. Isso empurraria Romero para os problemas de Bruno até o dia que ele, eventualmente, quisesse deixá-lo. Ou seja, era papel da oposição ter afastado Romero de sua frente no público, trabalhado para bater em Bruno, para fazer um sucessor e deixar que eles “que são Cunha Lima” se entedessem ou não.

Só o André Ribeiro, do PDT, parecia ter mais ou menos esse discurso.

Mas a maioria preferiu descansar em berço esplêndido, plácido repouso, prados verdejantes…

Agora tem que trabalhar dobrado. Ou triplicado.

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