Impressiona o tamanho do ministro Sérgio Moro dentro do Governo Jair Bolsonaro. Mesmo sem poder dizer abertamente tudo o que pensa sobre algumas atitudes do chefe, Moro vence quase todos os debates porque ora a opinião pública, ora os próprios aliados políticos, ora a imprensa falam por ele. E Bolsonaro, sempre intimidado pela sombra do auxiliar, se sente na obrigação de amenizar as decisões que contrariam seu ministro, quando não é obrigado a recuar completamente.
A exemplo do que se deu ao discutir sobre a composição da pasta do ex-juiz. Bolsonaro ouviu de secretários de Estado de Segurança Pública o apelo para recriação do Ministério da Segurança Pública, tirando-o debaixo do guarda-chuva do Ministério da Justiça, o que esvaziaria a pasta de Moro. O presidente admitiu a possibilidade. Disse que a estudaria. Em menos de 24 horas, diante da repercussão negativa que o assunto tomou, ele estava abertamente dizendo que a chance disso acontecer “é zero”. Em Brasília, Moro não fez movimento algum.
O presidente sabe que está refém de um ministro que não pode nem deve demitir e, a preço de hoje, não pode sequer contrariar.
Isso deve incomodar. Bolsonaro, mostrou pesquisa da CNT, está recuperando alguns pontos na avaliação positiva do Governo. Mas ainda precisará demais aceitação se desejar sufocar a presença desconcertante do seu ministro na cabeceira da mesa de sua própria casa.
Moro parece imune aos altos e baixos do governo e do presidente. Conseguiu superar seu pior momento quando do vazamento das mensagens do Intercept. E de lá pra cá só cresce. E vai acumulando silenciosas vitórias sobre Bolsonaro, infringindo sem querer querendo uma das regras do poder que supõe não “ofuscar o brilho do mestre”.
Tá garantido
O presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, desembargador Márcio Murilo, comemorou a decisão do ministro Luiz Fux que derrubou liminarmente a implantação do Juiz de Garantias em todo o Brasil. “Boa decisão”, resumiu Murilo.
Na fila
Nem Diego Tavares, nem Daniella Bandeira, ambos secretários da prefeitura de João Pessoa, esperam tanto o apoio do prefeito Luciano Cartaxo (PV) quanto o deputado federal Ruy Carneiro (PSDB). O tucano aposta que, além de competitividade, é quem mais tem base para dispor para Cartaxo quando das eleições de 2022.