Para sábios e filósofos, o silêncio é sinal de sabedoria, de maturidade. Em meio às indefinições dentro da base governista, parece que este foi o caminho escolhido pelo vice-governador Lucas Ribeiro (PP).
Numa posição que o coloca, ‘naturalmente’, na margem do campo para disputar o governo do Estado em 2026, ele tem adotado a postura de respeitar o grupo e não atropelar o governador João Azevedo, que, como já dissemos em outra ocasião, ainda o mantém “amarrado” na gaiola das incertezas.
Mesmo assim, Lucas Ribeiro tem evitado cravar candidaturas, diminuir as pretensões dos aliados e, especialmente, criticar o próprio governador. Um dos poucos com essa posição. Aliás, sua posição, até agora, não foi causa de desconforto ou desentendimento dentro do grupo. Diferentemente dos demais.
Tem agido e se mexido como pretenso candidato sim. Ampliado sua presença em eventos administrativos e políticos, acentuado seu conteúdo comunicacional. Mas, publicamente, medindo as palavras quando o assunto é 2026.
Religioso, parece estar seguindo Eclesiastes que ensina que “há tempo de calar e tempo de falar”.
Dentro do grupo todo somente Hugo Motta tem adotado uma postura parecida. Ambos se mexem, claro, mas fazem de um jeito que não espalhe aquilo que já tá começando a ficar difícil de se juntar.
Se o governador João Azevedo, que já percebe isso, tivesse, no meio desse processo todo, dez Lucas ao seu lado, teria muito mais tranquilidade e clareza para conduzir sua própria sucessão.
Há muito barulho, dentro e fora, da base governista. E no caos é difícil ouvir a voz do bom senso. Principalmente quando se constrói uma torre de Babel.
Uma resposta
Fico aqui tentando imaginar se o aparente déficit comunicacional, e posicional, é estratégia. E qual seria?
Muito se falar que não é o tempo de definir 2026, mas convenhamos, esse processo já foi iniciado e os atores estão se movimentando, certamente com definições de amarras e gatilhos.
Penso mais ser reflexo da inquestionável imaturidade política do Lucas, dentro e fora da base. O preço desta demora pode custar muito caro não apenas para ele, que, apesar do “pedigree político” tem uma figura meramente decorativa, mas, e sobretudo, para João Azevedo.
As cartas estão na mesa e é necessário cuidado com as que estão guardadas, a demora em lançá-las pode invalidá-las, e tem muitos de olho no “cavalo celado.”
Se a reflexão paira pela filosofia, que se esbaldem da filosofia jurídica:
dormientibus non succurrit jus (O direito não socorre aos que dormem).