Se quisesse, João Pessoa faria o melhor e maior São João da Paraíba, indo pra cima de todas as demais cidades do estado. Tem orçamento, estrutura e atrativos para isso. Como fez Natal, por exemplo.
Mas não quer. Seja por respeito às demais cidades paraibanas, que já tem essa tradição, seja por prioridade de investir em outros momentos, o fato é que acerta e merece todos os aplausos por optar pelo São João multicultural, promovido pela prefeitura da Capital.
Uma programação genuinamente voltada para as raízes e cultura junina, descentralizada ao integrar o Centro, a orla e os bairros, que vai desde o festival de quadrilhas até valorização do cordel, de shows de forró à contratação recorde de trios de forró. Foram mais de 63 deles contratados neste período.
Não se trata de fazer uma crítica ou atacar as festas de São João de Campina Grande, Patos, Sapé, Santa Rita, Bananeiras, Santa Luzia. Muitas delas tem sim a parte raiz do São João, resgatam estas tradições. Mas, para juntar gente, e ser chamada de festa grande, tem que se transformar sim num grande festival de música, incluindo artistas de massa, sendo eles representantes do forró ou não. É a vida. E o business.
Não surpreende, portanto, que alguns forrozeiros ao criticar o São João de cidades como Campina Grande e outras tenham citado João Pessoa como exemplo de valorização ideal do autêntico forró nordestino. Acredita?
É porque, por incrível que pareça, João Pessoa acaba realizando o São João mais verdadeiro da Paraíba.