Hugo vai passar pelo primeiro teste de fogo de uma fogueira que não se pula pelo meio

É no fogo que a resistência das coisas é testada. E o paraibano Hugo Motta vai passar agora pelo seu primeiro grande teste de fogo à frente da presidência da Câmara Federal. Não tem como escapar às chamas. No máximo, escolher qual fogueira vai atravessar. De um lado, o Supremo Tribunal Federal e toda a sua “força persuasiva”. Do outro, a enfurecida bancada do PL, a maior da Casa, e seu poder de fazer barulho na imagem alheia. E, entre as duas, Hugo Motta e a discussão sobre projeto de anistia.

O fogo, naturalmente, aumentou após STF encurralar Bolsonaro numa panela de pressão para julgá-lo como réu na denúncia de golpe de Estado. Pelas “preliminares” na análise da denúncia da PGR, é improvável que Bolsonaro saia sem queimaduras, forçando a pressão do PL. Hugo Motta, que se sustentou até agora em declarações, terá que se manter por atos. E mostrar, efetivamente, como e porque um paraibano conseguiu, aos 35 anos, ascender ao um dos cincos cargos mais poderosos do país.

Amado e odiado, alternadamente, por bolsonaristas e esquerdistas, em razão de opiniões alternadas sobre temas que agradam e desagradam a um dos dois blocos de polarização, Hugo tem se equilibrado no centro, fazendo a defesa de um Brasil que precisa superar a polarização, que, de fato, tem os dois pés na insensatez uma vez que se pauta pelo fanatismo cego. Agora, no entanto, será exigido que ele se posicione. E, neste caso, o meio não é o caminho.

Alguém acha que Hugo Motta vai liderar o Congresso para confrontar diretamente o STF num julgamento desta magnitude, se imiscuindo e contrariando o Supremo dentro de seu próprio campo de atuação, e, por tabela, romper os laços com o governo?

Logo ele, Hugo, que empunhou a Constituição Federal e falou em democracia várias vezes durante seu discurso de posse. Seria mais corajoso do que fez Eduardo Cunha quando liderou a Casa para o impeachment de Dilma. À época, havia cenário econômico e político, para tal. E foi contra uma presidente sem apoio político e com popularidade questionável.

Apostaria poucas fichas nesta condição. Aliás, o próprio Hugo já declarou que não pretende pautar o tema por falta de consenso.

O mais provável é que se empenhe, portanto, em contornar a fúria da bancada bolsonarista. Mesmo que também saia chamuscado na ala conservadora, como já está, apesar do domingo de Ramos  bolsonarista que teve quando declarou no microfone da Arapuan FM que o 8 de janeiro não pode ser considerado um golpe.

De uma forma ou de outra, vai passar pela fogueira. E, dependendo do resultado final, estará maior ou menor no cargo após atravessá-la.

 

Uma resposta

  1. Se ele tem nojo da ditadura não pode votar anistia pra quem perde uma eleição e pretenderam assassinar o presidente e vice eleitos e membros do supremo tribunal federal .. cabe a ele decidir de que lado ele entra pra história : fica com os ditadores ou com a democracia. Como Paraíbano humilde espero que desça sobre ele a sabedoria dos democráticos

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