Diga o que quiser de Queiroga, mas não que ele abandonou Bolsonaro

Livre dos efeitos apocalípticos do inquérito da trama golpista, o ex-ministro da Saúde, o paraibano Marcelo Queiroga, adota uma postura diferente da que os antigos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro demonstraram ontem no STF.

Enquanto os implicados na denúncia da PGR se esforçam muito mais para dizer que não tiveram nada a ver com a tentativa de golpe do que contrapor a tese de que houve tentativa, Queiroga apareceu nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens em foto abraçado com o ex-presidente, sob o título “In Bolsonaro we trust” (Em Bolsonaro nós confiamos), numa repetição ao lema “In Fux we trust” que o bolsonarismo usava quando queria apontar que no Supremo só o ministro Luis Fux escapava.

Aliás, Fux, que abriu divergência quanto ao fato do julgamento se dar apenas na Primeira Turma do STF e não no pleno, foi a fala mais agradável a Bolsonaro durante todo o dia de ontem.

“Quem não deve não teme”, declarou o ex-ministro em postagem nas redes.

O gesto de ontem de Queiroga repete uma postura que o paraibano teve desde a derrota das eleições de 2022. Diga o que quiser dele, mas o ex-ministro nunca hesitou em defender seu capitão. Não se distanciou, não fez ressalvas ou modulou fala algum do presidente. Junto do ex-ministro Gilson Machado, que também adota postura semelhante, é, de fato, um dos poucos aliados que trabalharam com Bolsonaro que ainda demonstram lealdade canina ao ex-presidente.

Em 2026, de onde Bolsonaro estiver, seja em cima do palanque como candidato a presidente da República, seja preso pagando por algum crime, ele tem muito a dever a Marcelo Queiroga. Isso tem.

 

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