O Tribunal de Justiça da Paraíba deu uma lição nesta terça-feira de respeito à democracia e, por tabela, às instituições. Reunidos numa sessão bastante esperada, os desembargadores e desembargadoras não só mantiveram o nome da advogada Anna Carla Lopes na Lista Tríplice para vaga de desembargadora, mas reproduziram o cenário da votação da OAB, de onde seu nome é oriundo, colocando-a como a mais votada.
Ou seja, descartaram mexer no sentimento da maioria. Mesmo que isso, eventualmente, não representasse a maioria entre o colegiado. O respeito ao desejo expressado pela entidade na composição da Lista Sextupla falou mais alto. Daí para o governador João Azevedo confirmar Anna Carla como a mais nova desembargadora do Tribunal de Justiça da Paraíba foi basicamente um rito protocolar.
Neste sentido, Anna Carla entra pela porta da frente do TJ. Porque tinha a chave mais democrática que existe. Legitimamente escolhida pelos seus “ex-colegas advogados”. Legitimamente escolhida pelos seus “futuros colegas” desembargadores. E legitimamente nomeada pelo governador. Ela pode, portanto, exercer dignamente esta nova função.
Num dia só, imortalizado pela foto do presidente do TJ, João Benedito, e do governador João Azevedo segurando o ato de nomeação de Anna Carla, os poderes da Paraíba deram uma demonstração clara que devem continuar merecendo o respeito da sociedade por sinalizarem que “mesmo quem pode muito não deve poder mais que a maioria”.
Uma aula em tempos recentes de espasmos antidemocráticos…