O Padre Zé é maior que o Padre Egídio

A máxima é do Padre George, atual diretor do Hospital Padre Zé, palco de um dos mais surpreendentes escândalos registrados em obras filantrópicas na Paraíba. Foi dita ontem, durante entrevista no Frente a Frente da TV Arapuan, e resume, em poucas palavras, o apelo para que a população não confunda a fraqueza de um com a descrença pela humanidade inteira.

A obra do Padre Zé Coutinho reside há décadas numa rocha fundamentada pelo que há de mais forte na mensagem evangelizadora de Jesus, pela qual devemos amar uns aos outros como Ele mesmo nos amou. É sob esta unção que o Padre Zé vive até hoje e naturalmente, construído em rocha firme da Palavra de Deus, resistirá às tempestades. Mesmo as mais arrasadoras.

Padre George parece sim ser a pessoa certa na hora certa e no lugar certo para fazer essa reconstrução. Um Noé em meio ao dilúvio arrasador das denúncias que inundam a credibilidade da ex-direção, arriscando arrastar consigo toda a obra.

Pela vocação de convivência com os mais necessitados, ele que já conduz há anos um projeto de atendimento nas ruas, o novo diretor do Padre Zé foi, literalmente, capturado pela obra, assim que a conheceu de perto. Foi por intermédio de um idoso agonizante num dos leitos do hospital que Deus confirmou ao Padre George que ele tinha um chamado, uma missão a cumprir. É impossível dizer não a Deus.

Não deve ser fácil ver tanta gente necessitada e descobrir o sumiço de mais de R$ 14 milhões (até agora)das contas da instituição; perceber que apenas um dos imóveis do ex-diretor sanaria todas as dívidas do hospital; identificar salários de até 25 mil reais para diretores; registrar queda de R$ 60 mil para menos de R$ 20 mil da arrecadação de pessoas físicas; e ainda compreender que mais pessoas devem estar envolvidas porque ninguém faria nada sozinho.
O mais impressionante é que o Padre George não deixou que a indignação, decepção ou tristeza tomasse o lugar da esperança em reconstruir a obra.

Ele acerta em colocar a transparência com prioridade da nova gestão, em chamar o Ministério Público para dentro do instituto, em cortar os luxos dos diretores, incluindo o dele próprio, em resgatar a memória afetiva do Padre Zé, e, especialmente, em derrubar a tese de que o projeto deve ser dirigido por uma “monarquia absoluta”.

Nesta reconstrução, vai precisar da ajuda de muita gente. O principal ele parece que já tem. A fé num Jesus que, após vencer a morte na cruz, declarou do alto: “Eis que faço nova todas as coisas”.

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