Li e recomendo o editorial do Estadão desta quinta, 12. Chama para a reflexão de que Lula e o governo terão que ter responsabilidade para discutir o tema de saúde e da idade do presidente nos próximos dois anos. E vai ter mesmo. Sem fanatismo, sem mimimi de etarismo. É questão de responsabilidade institucional. Como diz o Estadão, se fosse uma pessoa comum, a saúde de Lula e os reflexos naturais da idade só diriam respeito a si e aos seus familiares. Mas para um presidente da República é uma questão nacional.
Não se trata de prever isso ou aquilo, porque não dos é dado esse poder. Qualquer ser humano, tenha 100 anos ou acabado de nascer está sujeito a restrições de quaisquer natureza. O conhecimento empírico e a ciência nos mostram, no entanto, que o avanço da idade impõe gradativamente mais desafios a qualquer ser humano. Seja ele cidadão comum. Seja um presidente da República da mais poderosa nação do mundo. O cargo não garante saúde nem imortalidade. Esse é um debate objetivo. E, por mais que se condenem ataques monstruosos a Lula e que, ao contrário, se torça para que ele se recupere plenamente, a questão de saber quando parar não pode estar de fora da agenda. Do próprio Lula. E do PT.
Não quero crer que “seus companheiros” estariam dispostos a colocar Lula num eventual sacrifício sobrenatural apenas para não perderem o poder. Porque o presidente ainda tem mais dois anos de mandato. E o direito a uma reeleição, aos 81 anos de idade, pela frente. Mas será que ela vale ser encarada a qualquer custo? Não estou dizendo que é hora de dizer “basta”. Mas que é tempo de pensar com responsabilidade sobre o tema. E, a partir daí, se permitir criar vários outros cenários. Inclusive o de estar plenamente pronto para mais um mandato.
