Em tempos de IA, ficou mais fácil anotar recados. Por isso, entendo não ter sido difícil para o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, ter registrado tudo aquilo que foi dito pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, comandante do Republicanos da Paraíba, durante entrevista ao Arapuan Verdade, da Arapuan FM.
Fosse no tempo do lápis e do caderninho – quando comecei no Jornalismo, por exemplo – talvez Galdino não tivesse conseguido anotar quando Hugo defendeu o nome do vice-governador Lucas Ribeiro (PP) como “candidato natural à reeleição”.
Ou não conseguisse registrar quando ele declarou, mostrando irritabilidade, inclusive, que não é hora de fechar a chapa, mesmo depois de ter sido lembrado que Galdino cobrou “atitude” do Republicanos quanto sua candidatura ao governo. Talvez Galdino não tivesse tempo de anotar quando Hugo deixou claro que a indicação não pode ser feita porque “você é meu amigo”. No tempo do caderninho, não haveria tempo nem para registrar, numa nota à parte, o silêncio de Hugo quanto à declarada pretensão de Galdino em ser candidato ao governo pelo Republicanos.
O fato é que, anotando ou não, Hugo Motta impôs um freio na velocidade de Galdino. E deu um recado velado de que não aceitará pressões. E olhe que de receber pressão ele está fazendo, em Brasília, doutorado. O presidente da Assembleia, certamente, assimilou tudo isso.
Não se sabe ao certo qual o nível de conflito interno de posições entre Hugo e Adriano neste momento. Mas uma coisa nós podemos atestar sem medo de errar. Ambos estão completamente se movendo em ritmos diferentes. Adriano acelerado. Hugo dando uma freiada a cada esquina. Velocidades distintas, por ora. Na mesma direção, no entanto, ninguém sabe até quando.
