E agora, professora ?

Sendo óbvia ou não, a resposta sobre por que o prefeito Luciano Cartaxo (PV) escolheu a professora Edilma Freire como sua candidata na sucessão em João Pessoa é passado. O instigante agora é descobrir o que Edilma, neófita em disputa eleitoral e desconhecida da grande massa de eleitores da Capital, vai fazer dessa escolha.

Ela vai surpreender em seu desempenho.
Vai surpreender primeiro porque entra desacreditada. E qualquer movimento positivo que fizer será notado.

É o que se pode atestar da sua participação ontem na live pela qual o prefeito a anunciou.
Ela se apresentou com firmeza. Sem balançar as pernas, sem demonstrar nervosismo, contando casos da vida real, não só falando em números frios decorados. Sabia realmente o porquê de estar ali. Não pareceu intimidada.

Em algum momento, demonstrou-se tão empolgada que esqueceu até de fazer referências ao prefeito quando discorria sobre o que “ela” fez na educação do município.

Cartaxo, ao apresentá-la, já definiu como o marketing deve tratá-la para distinguí-la dos demais concorrentes. Não é uma política “profissional”, mas uma técnica (fórmula que deu bons resultados em 2018), não é do “denuncismo sem apresentar soluções” e nem é dona de modelos “antigos de vinte anos atrás”.

De cara, no entanto, três desafios. Vencer o desconhecimento é o primeiro deles. Edilma ficou “escondida” na Educação este tempo todo. A surpresa sobre o nome dela é, inclusive, proveniente disso. Os demais nomes da gestão de Cartaxo sempre tiveram mais performance externa, seja midiática ou administrativa. Nomes como o de Diego Tavares, Daniela Bandeira, Adalberto Fulgêncio, Zenedy Bezerra, sempre foram mais expostos.

Agora, é preciso anular todos eles em razão de Edilma. Algo muito parecido com o que foi feito com João Azevedo, por exemplo. Porém com um tempo maior do que o que Cartaxo acabou impondo pra Edilma. Nem Cida Ramos, em 2016, cujo o nome demorou a sair, foi lançada tão em cima da campanha quanto Edilma.

Lembrando que Cida foi lançada em maio. Se aplicarmos o calendário antes da pandemia, o lançamento de Edilma nesta quinta seria como se estivesse sido lançada no final de junho.

O nome, a história e a imagem de Edilma, portanto, precisarão virar mantrar na boca de seus apoiadores.

O segundo desafio é a professora apresentar o mesmo desempenho para discorrer sobre todos os temas relacionados a João Pessoa e à gestão municipal como faz com a educação, seu campo de atuação profissional.

Não poderá ser candidata de uma nota só. E principalmente se a nota for da educação que não costuma gerar voto imediato visto que as pessoas querem soluções imediatas e educação é uma solução para os problemas de médio e longo prazos. Vide Cristovam Buarque, lembra? Presidenciável da educacão. Falava bonito. Era elogiado, mas voto que é bom nada.

Se conseguir expandir seu diálogo além da caixa, supera este segundo obstáculo.

E, por fim, o desafio mais difícil de todos: se livrar da pecha que é “família de Cartaxo”. Quer dizer, desse não da para se livrar completamente, visto que divórcio não está em seus planos. O desafio aqui é provar que não é “somente” parente de Cartaxo. Que não está candidata a prefeita só por causa disso. Que tem algo e tudo mais a mostrar.

Depois de tudo isso, é combinar com os russos.
O fato é que, na largada, não para dizer que Edilma vai ficar calada, vendo a banda passar.
Ela deu sinais de que não está com medo.

Esperando que Cartaxo cumpra o papel de aglutinar apoios políticos.

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