A melhor coisa do mundo é juntar o útil ao agradável. No caso da indicação da Assembleia Legislativa para vaga de conselheiro do Tribunal de Consta do Estado que será aberta esta semana, o mais correto seria dizer “juntar o desejo com uma justificativa oficial de realizá-lo”.
Mesmo que estivessem sequiosos pela vaga, os deputados não iriam mexer jamais na indicação que estava, há anos, destinada ao “colega” Tião Gomes, preterido várias vezes nas disputas para presidente da Assembleia em troca de um lugar no céu do TCE. Mas eis que surge um “motivo de força maior”. O Tribunal, clara e formalmente, deu sinais de que não deseja ver a indicação de Tião Gomes para a Corte de Contas, reforçando, inclusive, que pode vetar “qualquer nome” que não preencha os requisitos estabelecidos – e ampliados – em resolução recente sobre o tema.
Pronto, era o “entretanto” que os deputados queriam para tirar Tiao da jogada, e articular outras opções, sem culpa nem remoros. Não por motivação pessoal de ninguém, claro, mas é o Tribunal que está sinalizando… Está claro que os deputados não só entenderam o recado do Tribunal como correram para colocá-lo em prática. Poderiam fazer um enfrentamento institucional. Mas, obviamente, estão vibrando com a justificativa, pois ela permite alimentar sonhos dos mais vorazes.
Justiça seja feita ao presidente da Assembleia, Adriano Galdino, que, segundo as informações, chegou a revelar a dificuldade em não concretizar o compromisso feito anteriormente para sustentar a indicação de Tião.
Mas, como disse, a vontade e a justificativa para satisfazê-la são uma combinação praticamente invencível.
Em tempo, o ser humano é o único animal capaz de esconder de sua presa a imensa vontade que tem de devorá-la. Os políticos idem.
