Quem não aciona o adversário na Justiça concorda com ele

Muita gente perguntando por qual razão o prefeito Cícero Lucena (PP), candidato à reeleição e favorito nas pesquisas, entrou na reta final do segundo turno com uma ação de investigação judicial eleitoral para cassar a chapa encabeçada por Marcelo Queiroga (PL).

A pergunta tem razão de existir já que levanta desconfiança sobre o favoritismo do prefeito. Ora, se ele entrou com uma ação contra Queiroga é porque não está tão certo da vitória nas urnas. Eleitores do ex-ministro, inclusive, tem usado este fato como argumento de virada no domingo. Por mais que deixe margem para especulações diversas, a estratégia de Cícero está acertadíssima. E ela não mira o próximo dia 27, mas o pós.

Está correta porque quem não aciona o adversário na Justiça concorda com tudo o que ele diz e faz. Essa é primeira premissa. Em segundo lugar, e com base neste raciocínio, a assessoria jurídica de Cícero já está se preparando para defesa de eventuais ações eleitorais contra ele num eventual segundo mandato. Porque se as ações contra Cícero terão com base a narrativa imposta pela oposição durante a campanha é importante que ele procure tentar desacreditá-las na própria Justiça. Não fazer isso é permitir que aquilo que foi dito seja considerado verdade uma vez que sequer foi passível de contestação judicial.

Neste sentido, o movimento ofensivo, direta ou indiretamente, ajudará no defensivo.

Sendo assim, não se trata de um movimento baseado propriamente na disputa eleitoral. Mas na judicial. Com desdobramentos tão somente previstos para o terceiro turno.

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