No Dia dos Namorados, Aguinaldo anuncia data do casamento com João e põe fim à novela já desgastada pelo tempo

Quanto mais tempo passa, melhor o vinho fica. Depende. Isso só vale para os vinhos de guarda, produzidos em menor escala no mundo. A maioria, no entanto, tem tempo para ser consumido a partir de sua produção. Alguns em até um ano, inclusive.

A demora pela qual o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, presidente do Progressistas na Paraíba, estava levando para decidir lançar-se candidato ao Senado da República na chapa do governador João Azevedo já estava infringindo esta regra.

É sempre muito bom o usar o tempo que se tem para tomar e apurar decisões. Mas o caso de uma candidatura a Senador exige uma preparação e movimentos anteriores que não devem ser arrastados até o início da campanha, sob pena de se perder lances importantes. Aguinaldo, portanto, estava agindo como vinho de guarda quando, na verdade, o cenário sugeriria vinho jovem, de consumo imediato.

A espera ficou ainda mais sem sentido quando a disputa da vaga de Senador na chapa de João estava sendo travada contra o deputado federal Efraim Filho, do União Brasil. Cansado de esperar, e agindo como vinho de consumo rápido, Efraim resolveu pular fora e encontrar espaço na adega de Pedro Cunha Lima, candidato ao governo pelo PSDB.

Com a vaga aberta, esperava-se que antes do galo cantar três vezes, Aguinaldo iria anunciar candidatura ao Senado. E ao lado de João. O galo ficou rouco e a situação, surpreendentemente, não mudou.

Ter definido acabar com essa espera nesta quarta-feira, dia para qual marcou o anúncio da sua tão comentada decisão, fará tão bem aos seus próprios movimentos que Aguinaldo irá em pouco tempo se perguntar “Por que não fiz isso antes?”

Não o fez porque esperava que tudo se acertasse antes de sua decisão. Esse tudo se resumia, entre tantos, à posição do Republicanos, um dos maiores partidos da base do governador João Azevedo, que ainda mantém apoio a Efraim. E, até então, de forma irrepreensível. Até Aguinaldo Ribeiro oficialmente decidir ser o “senador de João”  ninguém pode ser acusado de desrespeitar o governador. Nem de estar traindo-o. Se João não tem senador, não há sobre o que ou a quem cobrar.

Agora, a partir de quarta, a história muda de script.

João e Aguinaldo poderão juntos construir o roteiro que vão querer apresentar e representar na campanha de 2022. E o governador, certamente, também terá mais clareza de quem é quem dentro de sua base.

Aguinaldo já havia tirado todas as vantagens dessa demora, um deles a presença constante do seu nome no noticiário político local. E não tinha mais como esticar. João ficou no lugar dele e deu todas as pistas possíveis. Falou que iria cobrar unidade “quando montasse a chapa”. E chegou a revelar convite feito a Aguinaldo, deixando ao deputado o privilégio da noiva que tem o direito de dizer sim ou não.

Ao aparecer num almoço com quase cem prefeitos neste final de semana, ao lado das lideranças do Republicanos no sertão, João deu a Aguinaldo o xeque mate.

O deputado, certamente, viu o que estava perdendo em insistir que tudo se revolvesse antes que ele mesmo anunciasse.

Aguinaldo leva para João, em troca, uma base de partidos, entre eles o PSD, da senadora Daniella Ribeiro, que já anunciou a possibilidade da construção em favor da candidatura do grupo ao Senado.

Na quarta, essa novela, que já estava passando do tempo de duração, termina. Abrindo espaços para que acompanhemos as próximas. Em cartaz, entra a novela sobre os vices. Esta sim com características mais próprias aos vinhos de guarda.

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