Em meio às críticas pela PEC da Blindagem, o presidente da Câmara Federal, Hugo Motta, tomou uma decisão que serve como um suspiro ante os ataques de que o Congresso somente existe para servir imoderadamente aos seus próprios membros. Em parecer divulgado nesta terça, 23, ele barrou a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como líder da minoria, evitando que o cargo servisse de proteção para o parlamentar manter seu mandato e todas as benesses deles advindas mesmo estando nos Estados Unidos.
“Evidencia-se a incompatibilidade do exercício da liderança da Minoria na Câmara dos Deputados pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro visto que se encontra ausente do território nacional”, diz Motta, que enfatizou que tal atribuição exigiria presença física do ocupante do cargo na Câmara Federal. Com a decisão, Eduardo volta a ter o mandato ameaçado de cassação por faltas.
A canetada de Hugo contra Eduardo Bolsonaro tira um item da pauta das reivindicações registradas recentemente. Além de pôr fim ao esculacho de se ter um deputado federal fora do Brasil permanentemente querendo exercer normalmente seu mandato. E pior: em defesa de sanções dos Estados Unidos contra o próprio país ao qual foi eleito para “defender os interesses da população”.
Com isso, faz um afago na base de Lula e nem pode ser frontalmente atacado pelo PL bolsonarista visto que o tema é nada nobre de se defender.
O não de Hugo Motta a isso chega num momento em que o presidente da Câmara precisa de reafirmação entre parte da opinião pública para, enfim (?), emplacar pautas que realmente suponham resultados de interesse popular, a exemplo da isenção do Imposto de Renda para quem ganhar até R$ 5 mil.