Uma nova camisa xadrez. Um bonito sorriso no rosto. E uma cidade inteira inspirada na emoção de mais um Maior São João do Mundo. Este é o disfarce que o prefeito Bruno Cunha Lima se prepara para usar, mais uma vez, a fim de esconder a ruína administrativa que sua gestão se meteu, especialmente na área da saúde.
O apelo do dono do HELP – hospital construído sobre os aplausos dos aliados políticos dos Cunha Lima – Dalton Gadelha na Correio FM revelando um calote de R$ 33 milhões da prefeitura de Campina Grande é o grito mais significativo de todos os gritos dados até agora. Porque se trata de alguém 100% Campina. E não dá para se defender acusando-o de forasteiro. Porque se trata de um aliado político. E não da para dizer que a denúncia de calote é fruto da disputa política.
O Help pede socorro do mesmo modo que servidores da saúde sem receber salários pediram. Do mesmo jeito que o Hospital da FAP pediu. Do mesmo jeito que as mães pacientes do ISEA que perderam seus filhos durante o parto pedem.
Para piorar, o responsável jornalista Geovanne Santos, hábil escavador de dados orçamentários públicos, fez uma pergunta que ecoa até agora na Praça da Bandeira e no Calçadão da Cardoso Vieira: como a prefeitura vive de calote nos fornecedores e parceiros se já recebeu R$ 100 milhões somente este ano para a área?
Que gestão é esta que só tem acumulado défict fiscal ano a ano?
O silêncio ou a dificuldade de fazer a defesa da atual gestão por parte dos aliados Veneziano Vital do Rego (MDB), Efraim Filho (União Brasil), Pedro Cunha Lima (PSD), Romero Rodrigues (Podemos) são a melhor resposta para estas perguntas.
Em outra ocasião, já tratamos aqui que o atual modelo da gestão da Bruno Cunha Lima vai constranger a oposição na disputa pelo governo do Estado em 2026.
Mas, como disse Dalton Gadelha, Bruno “não está nem aí”.
Quando junho chegar, ele vai colocar uma bela camisa xadrez, abrir o sorriso e dizer que Campina está bela e de braços abertos para receber o mundo, escondendo de quem visitará Campina que sua gestão vive um anarriê permanente na prestação dos serviços públicos mais básicos para quem mora na cidade, numa política de pão e circo que pode até sustentar a existência temporária, mas não resolve os problemas.