Dizer não a Cícero é fácil; ruim é dizer não a Léo

Teoricamente, o vice-prefeito de João Pessoa, Léo Bezerra (PSB), nem precisa mais da audiência que solicitou ao governador João Azevedo (PSB), não tendo sido atendido até então. É que ele acabou dizendo tudo o que queria publicamente, durante posse da nova direção do PT da Paraíba. E na presença do próprio João. Sem hesitar, rasgou elogios ao governador, revelou gratidão e cunhou uma frase que só se escuta em cerimônia de casamento com os noivos diante do altar. “Onde estiver João, eu estarei”.

Como aprendi desde cedo que o ser humano é capaz de se defender de qualquer ofensa, mas nunca de um elogio, deixou o governador numa situação inerme, mesmo diante do drible que o vice-prefeito deu sobre a candidatura do vice-governador Lucas Ribeiro (PP), também presente no evento.

Esse dilema não é nem novo para o governador. João já ouviu este mesmo texto de Léo da boca de Cícero Lucena (PP). E não hesitou em rejeitá-lo, empurrando o prefeito da Capital para uma candidatura ao governo na oposição. Mas com Léo, que não será candidato e, em caso de desincompatibilização de Cícero, vai virar o prefeito de João Pessoa, me parece que será mais difícil ignorar.

Porque uma coisa é Cícero candidato ao governo contra a candidatura governista de Lucas Ribeiro, sustentada por João. Outra coisa é Léo, o futuro novo dono da chave da prefeitura, que ao dizer o que disse no PT, também já deixou para Cícero e seus futuros aliados a tese de que um voto de senador dele já tem dono.

Curioso para saber como João vai sair dessa.

Tenho a leve impressão que, por ora, Léo não será “punido” pelo PSB…

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