Seja no mar ou na terra, qualquer pessoa que tenha acesso aos bastidores administrativos e políticos de Cabedelo se depara com a informação de que o atual prefeito, André Coutinho, está querendo vida nova.
E isso passa por redesenhar o funcionamento, para não dizer o peso, da máquina administrativa em Cabedelo, diferente da que encontrou ao suceder seu amigo, o ex-prefeito Vitor Hugo. Não por ingratidão, dizem. Mas por necessidade.
Não apenas porque acabou diante de um prejuízo de R$ 120 milhões de receita a menos em 2025 nos cofres da prefeitura após saída das operações da Petrobras na cidade. Mas porque não tem como sustentar uma folha – e compromissos – que já não cabem nesta nova realidade.
E que, mesmo cabendo, segundo informações, em parte estaria preenchida por pessoas que ainda estão com o chip do antecessor.
É inegável que Vitor Hugo foi responsável pelas principais transformações de Cabedelo nos últimos anos. E que seu apoio a André Coutinho foi preponderante para o resultado das eleições do ano passado.
Mas ao que consta Coutinho foi eleito não apenas para dar continuidade a gestão do amigo, mas para aprimorar aquilo que deve ser melhorado na cidade. Ou seja, avançar. E, ao contrário, se não adotar um perfil mais autônomo vai acabar sendo responsável por retrocesso.
Aliados mais próximos do atual prefeito dizem que o rombo da perda de receita não havia sido informado. E que tem gente cruzando o braço na gestão.
Além de herdar um processo eleitoral pesado e precisar se livrar dele, André Coutinho quer, dizem, e precisa mudar a rota da gestão. E, segundo informam, em favor de Cabedelo, vai fazer.
Resta saber se esse “novo André” vai provocar algum rompimento com o “velho Vitor”.
Se o ex-prefeito, for sábio, entenderá. Sei que é uma das coisas mais difíceis da política manter a relação entre sucessor e antecessor. Ainda não inventaram um manual eficiente sobre isso. O rompimento se dá em 99,9% dos casos. Mas há exceções quando o antecessor entende que o tempo é outro. E é de mudança.
