No início da manhã do dia 24 de janeiro de 2010, a defensora pública, Fátima Lopes, se dirigia pela Avenida Epitácio Pessoa para assistir à missa junto com seu marido quando um veículo avançou o sinal vermelho e causa um acidente que a matou. No carro que causou o acidente, estava o psicólogo Eduardo Paredes, que havia consumido bebida alcoólica. Cinco meses depois, ainda em liberdade, Parades fez outra vítima, atropelando uma pedestre na Avenida Hilton Souto Maior. Pelo primeiro crime, ele foi condenado a 12 anos de prisão por homicídio doloso. Solto meses antes da Pandemia da Covid, Eduardo foi condenado pelo segundo crime há dois anos. Eis que no dia 2 de outubro a Polícia Federal deflagrou a Operação Última Fase baseada na investigação de um grande esquema de fraude de concursos e o nome de Eduardo Henrique Paredes do Amaral aparace na lista dos beneficiados.
Ele foi aprovado para o concurso de Auditor Fiscal do Trabalho após submeter-se ao Concurso Nacional Unificado. O Ministério Público Federal, no entanto, pediu a anulação do resultado referente a Paredes e o impedimento de exercer o cargo apontando fortes indícios de envolvimento com o esquema. De acordo com a acusação do MPF, o gabarito de sua prova era idêntico ao gabarito de dois dos integrantes da organização criminosa, Valmir Sousa e Ariosvaldo Junior. Para piora, foi localizado um comprovante de transferência de Eduardo para Laís Giselly, considerada uma das “cabeças” da organização.
O procurador da República, Tiago Misael de Jesus Martins, pediu o afastamento de Eduardo Paredes, que já fez até o curso de formação de auditor do trabalho para poder tomar posse. A Justiça Federal, por ora, negou o pedido, conforme na decisão assinada pelo juiz Manuel Maia de Vasconcelos Neto.
É isso que significa a expressão o “crime compensa”?