Existe um mundo ideal. E um real. No ideal, tudo é possível. No real, nem tudo. Era, portanto, sobre o mundo real que eu tratava, há semanas, quando falava da impossibilidade do prefeito Cícero Lucena, candidato ao governo do Estado em 2026, apoiar a candidatura ao Senado do governador João Azevedo, estando encabeçando uma chapa adversária.
Apesar de algumas tentativas de contraponto de alguns colegas, que lembravam de casos como Republicanos de 2022, eu insisti na tentativa de “ensinar a diferença” entre o real e o retórico. No real, os candidatos a Senador da chapa do próprio Cícero não permitiriam. Como não permitirão, segundo fala do próprio senador Veneziano Vital do Rego, presidente do MDB paraibano.
Em entrevistas dadas à imprensa nesta segunda, a primeira delas na Arapuan FM Campina Grande, ao antenado Valderedo Borba, Veneziano deixou claro que estrategicamente não cabe estar apoiando candidatos ao Senado em chapas diferentes. E reforçou ainda que, também estrategicamente, precisa definir um companheiro de chapa candidato ao Senado. Imagine Cícero votando em João Azevedo em João Pessoa e dizendo a Veneziano que fique tranquilo que isso não ameaçará sua reeleição?
“Estrategicamente, a chapa tem que ser formada porque se não você acaba prejudicando quem está encabeçando a chapa e o candidato ao Senado. Você abre margem para que a escolha seja só para o outro lado. No caso, a chapa do governo que apresenta dois nomes e a chapa bolsonarista, que já tem um nome”, declarou Veneziano, sem precisar de tradução, mesmo para aqueles que acreditam em Papai Noel.
Em resumo, para quem está prestes a assinar a ficha de filiação de Cícero no MDB, Veneziano deixa muito claro que um dos artigos do regimento de seu partido não permitem viver na fantasia.
