Com pandemia ou sem pandemia, as eleições no Brasil, por ora,
estão resistindo ao Vírus. Entao, quem ficar parado esperando
por uma decisão da OMS de suspensão da disputa, poderá ser
atropelado pelo calendário.
Por isso que é possível ver, em meio às discussões sobre isolamento
social, políticos e pretensos candidatos se movimentando de um lado
para o outro, atrás de construir suas bases e discursos na disputa
pelas prefeituras disponíveis.
Em João Pessoa, os contornos sugerem quatro cabos eleitorais
e diversos candidatos, que podem se lançar, inclusive,
por contra própria, sem apadrinhamento.
São quatro as plataformas de onde podem e devem surgir nomes.
O candiato de Luciano Cartaxo, o candidato de João Azevedo,
o candidato de Ricardo Coutinho e o candidato de Bolsonaro.
Perceba que em nenhuma destas quatro “plataformas”, que se desdobram
em apoio eleitoral, estrutura, visibilidade, tem definido o nome
a colocar na disputa. O que pode sugerir, inclusive, junções. Em que
pese elas não parecerem avançadas neste momento.
Quem é realmente o candidato de Cartaxo? Quem é o de João? O de Ricardo?
E qual será aquele que terá um vídeo de Bolsonaro dizendo “esse é meu
01 em João Pessoa”? A resposta para todas as perguntas é “Não se sabe”.
O prefeito tirou quatro secretários da PMJP para escolher um. Todos
com semelhanças. Colaboradores da gestão de Cartaxo, são pouco ou nada
testados nas urnas. Diego Tavares, Daniela Bandeia, Socorro Gadelha,
e professora Edilma ainda são incógnitas na sucessão municipal.
Do lado do governador João Azevedo, que demonstra pouquíssimo interesse
na sucessão municipal, a indefinição se repete. Lá, não se sabe nem ao certo
se haverá realmente um “candidato do Cidadania”.
O ex-governador Ricardo Coutinho já deixou claro que o PSB vai ter candidato
na disputa pela prefeitura de João Pessoa. Ja havia dados pistas que seria
o deputado federal Gervásio Maia, mas atualmente a ausência de Gervasinho
no debate política da Capital e a inserção de Amanda Rodrigues, esposa
do ex-governador, tem levantado outras hipóteses.
No campo do presidente Jair Bolsonaro, há alguns nomes, mas também
ainda não há aval oficializado. Neste caso, todos são auto proclamados
candidatos de Bolsonaro.
Diante da indefinição dos nomes das quatro plataformas citadas,
o que vemos na disputa por João Pessoa são candidatos que não
resolveram esperar pela decisão dos “cabos eleitorais” e se colocam
na briga, inicialmente, por conta própria. Entre eles, o ex-senador Cícero Lucena (PP),
o apresentador Nilvan Ferreira (MDB), o deputado federal Ruy Carneiro (PSDB),
o ex-vereador Raoni Mendes, o deputado Eduardo Carneiro (PRTB) e o deputado estadual
Walber Virgulino (Patriotas). O PT também anunciou que lançará um nome, mas já há algum
tempo, o Partido dos Trabalhadores não pode se considerar uma plataforma.
Estes nomes aí poderão se incorporar as plataformas acima.
E esta fusão é que mostrará mais claramente como se desenhará o cenário da disputa
pela prefeitura de João Pessoa nas eleições deste ano. O fato é que, apesar da pandemia,
e, provavelmente, na mudança no formato da campanha eleitoral propriamente dita,
a eleição será bem movimentada.
À exceção de Cícero Lucena, cujo recall ajuda na largada, e o deputado federal Ruy Carneiro (PSDB),
os demais nomes postos são marinheiros de primeira viagem no que diz respeito à disputa por um cargo
majoritário. Qual das duas características será importante neste momento: histórico ou virgindade?
Continuemos conversando.