Para entrar na política, é preciso passar pelo corredor dos políticos. Engenheiro, professor e servidor público, João Azevedo passou pelo corredor de Ricardo Coutinho, que já como prefeito de João Pessoa havia identificado no técnico João um potencial para além da atuação de secretário de Infra-Estrutura.
Virou governador na primeira eleição que disputou na vida. Tinha conteúdo e tinha sim um padrinho político. Mas é a partir disso que sua história na política efetivamente começa. Coutinho quis colocá-lo numa camisa de força, e o técnico João deu seus primeiros sinais do político João. Ainda tímidos, mas deu.
Rompido politicamente, ficou livre para tocar a gestão da forma que sua consciência desejava e sua capacidade permitia. Deu certo. Foi reeleito governador da Paraíba. E se Ricardo dizia antes que João só virou governador pegando carona nele, agora nada mais pode dizer. João foi reeleito por si próprio.
Pela sua maneira de fazer composições políticas, de encarar os problemas e propor as soluções. Pelo seu modo de governar, de combater a pandemia da Covid, de tratar as pessoas e as instituições. Mesmo com as críticas e pancadas do ex-governador. Porque para Ricardo nada que João fez ou fazia merecia algum elogio. O técnico acabou dando uma aula de como se ganha uma eleição.
Enfrentou três oposicionistas bons de pancada. Pedro Cunha Lima, Nilvan Ferreira e até Veneziano Vital do Rego não são figuras que você gostaria de enfrentar num debate. João entra no segundo mandato com protagonismo para reafirmar seu modelo de governar, e de manter com o presidente Lula uma conexão direta sem necessidade de intermediário, e totalmente consciente de tudo o que fez ou deixou de fazer é obra puramente de sua própria responsabilidade.
Teve aliados, colaboradores e amigos sim. Mas ninguém se colocando acima dele, imprescindível, como se fosse o ar que ele respira. João, definitivamente, é João por ele mesmo. Essa foi a vitória dentro da vitória. Que ele, certamente, comemorou intimamente tanto mais do que qualquer outra.
