A oposição está no papel correto. Fazer barulho. Ter resultado ou não é outra coisa. É lucro. Mesmo sendo minoria na Casa de Epitácio Pessoa, ao propor o impeachment do governador João Azevedo, os deputados estaduais oposicionistas deram corpo a um medidor de temperaturas. O tema estará mais frio ou mais quente em razão das respostas que João dará a Assembleia e também ao povo da Paraíba.
Independentemente do mérito da questão, que suscita controvérsias, visto que parte da fundamentação da peça se aplica a fatos pretéritos, e não durante seu exercício na condição de governador, não se pode negar que a peça assinada por doze deputados será matéria-prima para os primeiros debates na Casa de Epitácio Pessoa.
E, o principal de tudo, servirá não apenas à oposição, mas aos deputados governistas também. Porque sem dificuldades para resolver nenhum dos governistas pode se sentir valorizado diante do Poder Executivo.
Neste sentido, mesmo que não tenha havido combinação velada entre as partes, o que inclui oposição, governistas, G11, e o presidente da Casa, Adriano Galdino, o pedido não pode deixar de ser visto como um bode na sala. Algo que poderá muito servir para que os deputados ressaltem suas importâncias ao governador.
Destaque-se que o pedido foi protocolado com doze assinaturas. E para ser acatado precisaria de mais sete votos, ou seja, 19 votos ao total.
O G11, que segundo o ex-líder Júnior Araújo, futuro Secretário Chefe do Governo, é totalmente contrário ao pedido de impeachment, nunca se sentirá mais cortejado do que agora.
Sinais sim de boa relação do Governo com a Assembleia neste segundo ano de gestão João Azevedo.