Terá noção o prefeito Romero Rodrigues (PSD) da inabilidade administrativa que cometeu e do prejuízo que causou a população de Campina Grande com essa patuscada a respeito da implantação do VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos)?
Um movimento apenas do prefeito se colocando à frente da obra, num lance parecido com o que fez com a Avenida João Suassuna, quando impediu a gestão do então governador Ricardo Coutinho de executá-la no primeiro anúncio, fez desaparecer o VLT.
Todo o roteiro da estultice de Romero foi publicizado. E não permite discussões. Durou três dias. Tendo mais um capítulo, quiçá o final, esta semana
No primeiro dia, em julho, o governador João Azevedo aparece numa reunião com o ministro Tarcísio Freitas, da Infra-estrutura, dizendo que tem o projeto e os recursos assegurados para iniciar a obra, querendo apenas autorização para fazê-lo. Informando que a União não precisaria colocar um centavo na obra, o ministro teria dito na audiência: “Esse tipo de projeto nós gostamos demais”, arrancando risos de todos. A boa notícia foi fartamente divulgada para satisfação dos campinenses que a leram.
Um dia após, Romero aparece em vídeo com o presidente Jair Bolsonaro e o mesmo ministro da Infra-estrutura, numa audiência em Brasília, dizendo quem vai fazer o VLT sou eu. E fazendo-se valer da proximidade com o presidente anunciou que Campina iria ganhar o VLT, que a prefeitura iria tocar o projeto e fazer e acontecer.
Ninguém entendeu. E, claro, foi atrás de João Azevedo para perguntar “e aí, governador?”. Para surpresas de todos, João foi cirúrgico. Disse que não iria brigar para fazer a obra. Se a prefeitura teria dito que fará, ele iria dedicar os recursos para adiantar, portanto, outra obra para Campina, o Centro de Convenções, que foi anunciado esta semana. E deixou o assunto pra lá.
Assim, teria Campina o privilégio de receber duas boas obras de uma só vez, o VLT implantando pela prefeitura e o Centro de Convenções construído pelo Governo. Um avanço para a cidade.
Mas, para surpresa dos mais ingênuos, Romero nunca mais tocou no assunto. Não avançou nem assinou nada que confirmasse o início de processo de implantação da obra. Silêncio completo. Sequer notícias daquelas “engana menino” para dizer no gerúndio “estamos pensando, estudando, planejando”.
Para fechar a novela, eis que chegou o dia da reunião em Brasília para apresentação de prioridades para as emendas da bancada federal paraibana no Orçamento Geral da União de 2020. Novamente, nada do VLT na lista da prefeitura de Campina. Até parece que Romero preferiu trocar a sigla e implantar o Vou Livrar-me de Ti.
E Campina parece ter perdido o VLT antes mesmo de sonhar em ganha-lo de fato.
Romero jamais apagará esse prejuízo de sua trajetória como prefeito de Campina. A não ser que conseguisse implantá-lo antes de encerrar o mandato em dezembro do próximo ano. Para quem aguarda por quase oito anos a inauguração do conjunto habitacional Aluízio Campos, que já está parecendo uma cidade fictícia, fica difícil acreditar.
E, para ele, não para Campina, o pior será se o governo João implantar.