Nunca foi novidade para ninguém que a Paraíba tem municípios em excesso. Sendo três vezes menor do que o estado do Ceará, por exemplo, bate em quase 50 cidades a mais. São 223 municípios paraibanos contra 185 cearenses.
Isso não é apenas uma comparação numérica. É social. É dividir pobreza. E criar “cortes municipais”, com estruturas de prefeituras e câmaras municipais, em cidades menores que bairros pequenos. Sem que ela consiga sobreviver fora do campo dos repasses de outros entes, incapazes de reverter em investimentos para a população.
Transformam-se em pequeninos feudos políticos que alimentam pequenos poderes de poucas famílias e outrem. Porque, na maioria dos casos, na Paraíba, não houve “aumento” de municípios por crescimento, mas “divisão”. É como quem tem cinco dedos nas mãos e querendo mais corta-os e divide em 20.
Dito tudo isto sem desrespeitar o valor dos munícipes, suas raízes, cultura e direito à independência administrativa e financeira. Mas essa independência não pode ser obtida por meio de uma canetada, sem representar na prática a capacidade de dar respostas ao povo.
Mais do que acertada, portanto, a decisão do Governo Federal em defender essas fusões em projeto encaminhado ao Congresso Nacional por mais que isso choque com a identidade de algumas cidades e seus filhos.
Se os municípios maiores, resultantes da inserção dos pequenos, puderem dar melhores respostas, em pouco tempo seus moradores vão perceber que um nome próprio para sua cidade é de menor importância diante de conquistas e avanços e conquistas sociais e econômicas para seu povo. Ao final, somos todos brasileiros e paraibanos. Um número menor de municípios reduz gastos, estimula a capacidade de brigar por mais recursos e facilita a fiscalização dos órgãos de controle externo.
Também neste caso, menos é mais.