Governar é priorizar. Ao longo da história da humanidade, fossem reis, presidentes ou generais, governantes sempre se notabilizaram por adotar no tempo de sua liderança uma atenção diferenciada a determinada prioridade que elegiam. Uns escolheram poderio militar, outros abertura de estradas, instalação de indústrias, ou suntuosas edificações, alguns focaram em cultura e artes. E por aí vai.
Neste momento atual, diante da guerra mundial contra o Coronavírus, só há uma prioridade que qualquer um deles deva se empenhar, seja o prefeito da mais minúscula cidade ao presidente da mais poderosa república: a vacinação.
No Brasil, então, onde se atingiu, após 40 dias de crescimento do número de óbitos, o recorde de mais de 1.700 mortos em 24 horas, deveria ser lei.
Gestores de todo o Brasil, incluindo o presidente, governadores e prefeitos, devem ter em mente apenas uma grande obra em sua agenda que é a de vacinar seu povo. Esqueçam qualquer outra obra, ação ou investimento, prometidos na campanha, e foquem na luta incessante por mais e mais doses de vacina contra a Covid.
Neste momento, nenhuma obra, seja transposição de águas, construção de casas, abertura de estradas e até mesmo a instalação de novos hospitais, pode ser tão importante como adquirir doses em quantidades suficientes para vacinar num curto espaço de tempo o maior número de habitantes.
Longe e alheio às questões políticas e ideológicas, quem conseguir fazer isso com sucesso conseguirá conquistar – ou reaver – toda a popularidade, eventualmente abalada pelos estragos causados pela pandemia.
Não haveria, neste momento, melhor conceito para um gestor do que vacinar seu povo em tempo hábil. E um eventual sucesso nesta área deveria garantir ao gestor passagem automática à reeleição.
Bolsonaro, por exemplo, arrisca perigosamente sua reeleição no terreno das vacinas ao brigar verbalmente com elas enquanto o Ministério da Saúde vai distribuindo as doses numa quantidade pequena Brasil afora.
Após a liberação do Supremo Tribunal Federal para que estados e municípios possam fazer isso diante de qualquer ineficiência do Governo Federal, isso ficou ainda mais evidente. Estados e municípios montam consórcios, com aval de projetos que são aprovados pelo Congresso. E sabem que não tem nada que possam inaugurar em sua cidade ou em seu estado melhor do que milhões de braços vacinados.
A corrida para a compra de vacina deve sim ser uma obsessão. E se torna – ou deveria se tornar – o maior cabo eleitoral de qualquer gestor público da atualidade.
A melhor ação para se exibir num Guia Eleitoral de campanha.