Assim como o mundo, o Brasil foi abalado pela pandemia do Coronavírus. Junto com mortes, perdas, lutos, acompanhamos um abalo violento nas atividades econômicas. O Brasil parou assim como boa parte do mundo. Empresas quebraram, outras se endividaram. As que sobreviveram tiveram que travar uma verdadeira luta pela reabertura de seus negócios, pelo funcionamento de suas atividades.
Alguns, como o setor de eventos, por exemplo, nem conseguiram retornar por completo. Algumas medidas adotadas pelos governos estaduais e prefeituras foram bem rigorosas e impediram em alguns momentos da pandemia o funcionamento integral da maioria dos setores. Portas fechadas mesmo.
Até hoje poucos ramos voltaram à normalidade completa do funcionamento. Ainda há restrições de quantidade de público (embora muitos não respeitem), entre outras. Foi preciso debate, apelos, ajustes, cobranças, protestos para que tudo pudesse voltar ao normal. E, sem eles, certamente, os gestores teriam esticado muitas das medidas.
Pois bem, com o avanço do processo de imunização no Brasil, mais de 60% dos brasileiros já vacinados com a primeira dose, e uma parcela já entrando na terceira dose, os números de internações e, especialmente, de morte caíram ao ponto de começarmos a tratar como passado os tempos piores da pandemia e, naturalmente, projetar boas expectativas para o futuro. Bom, deveria ser assim. Mas, infelizmente, não é.
Para além da inflação, altos preços em produtos de consumo básico do brasileiro, desemprego e crise energética, o presidente Jair Bolsonaro resolveu apresentar a nação um problema que não existia. A falta do voto impresso auditável no Brasil. Isso foi o estopim para o acirramento da briga com o STF. Eleito o problema, eleito o inimigo: ministros do STF. Que, naturalmente, reagiram ao seu modo, extrapolando provavelmente, também ao seu modo, de alguns limites constitucionais.
Independentemente do mérito e da opinião de cada um sobre o tema, o fato é que a guerra institucional e política de ontem para hoje, como Day After do 7 de setembro, descambou para algo que parece o cúmulo de absurdo: apoio de comerciantes e empresários à greve dos caminhoneiros. Algo que, guardadas as devidas proporções, pararia o Brasil, tal qual a pandemia. Gerariam desabastecimento, maior alta de preços, e inconstância de consumo, compras, investimentos. Um cenário desastroso para quem está no chão querendo se levantar. Um cenário do qual não conseguimos sair desde o final de 2014.
Não basta esse demorado ciclo de recessão, esse prolongado sobrevôo do fantasma do entrave econômico, nós ainda estamos “inventando” e “aplaudindo” crises?
E quem defendeu, por tanto tempo, o não fechamento das atividades, assim como Bolsonaro, combatendo as medidas dos governadores, está invertendo os papéis agora.
E sem poder contar, inclusive, com a adesão do próprio líder, que já pediu para
Convenhamos, seremos obrigados a ter saudades dos problemas passados, causados a partir das recessão após reeleição de Dilma? Será que vamos implorar para ficar “tão somente” com os problemas do desemprego, da alta do dólar, do combustível alto, da inflação dos alimentos, da crise energética…