Pedro dá a luz a uma liderança. Vai desfrutá-la?

O tubarão-baleia é considerado um dos maiores peixes dos oceanos. Teria ele tamanho para ser um dos maiores predadores dos mares. Mas, ao contrário do que sua aparência revela, prefere nadar calmamente se alimentando de pequenos organismos sem incomodar muito a vida de ninguém.

Em terra firme, o deputado federal Pedro Cunha Lima, mesmo perdendo as eleições para João Azevedo, saiu da eleição com um desempenho reconhecidamente maior do que sua breve trajetória política poderia supor. Deu a luz a uma liderança política estadual.

A grande pergunta a ser feita é: deixará passar este momento e nadará como um tranqüilo tubarão-baleia pelos mares políticos da Paraíba, se alimentando de pequenos desafios, ou terá disposição para tentar liderar as oposições no Estado?

Com apenas 34 anos e ainda concluindo seu segundo mandato de deputado federal, Pedro foi ao segundo turno das eleições para governador do Estado e conseguiu marcas históricas, vencendo, dentro de uma eleição estadual, em João Pessoa e Campina Grande. Mais detalhadamente, conseguiu quebrar relativo ranço de João Pessoa aos Cunha Lima, fruto das disputas estaduais passadas, e venceu indiscutivelmente na Capital, colocando uma diferença de quase 100 mil votos sobre o governador reeleito João Azevedo.

Não se pode ignorar, obviamente, que houve aí um componente da polarização nacional, onde os eleitores bolsonaristas em João Pessoa evitaram, em sua maioria, voto em João Azevedo dada sua ligação com Lula. Mas se tivesse rejeição na Capital Pedro não teria conseguido tanto mesmo com isso.

O fato que o jovem adotou um discurso que pegava bem para quem ouvia. Desde que o ouvinte não fosse deputado estadual, a quem ele prometia cortar privilégios.

E muitos eleitores não tinham nada contra Pedro, até gostavam do discurso dele, apenas consideravam que ainda não havia chegado a hora dele. Que ele seria muito novo para assumir um governo do Estado. Isso, como diria o poeta, o tempo corrige.

A grande questão é saber se Pedro vai desejar seguir neste caminho. Para tanto, há alguns desafios. Sem mandato, precisará manter-se em movimento na política, provavelmente à frente de um partido político, sendo porta voz de resistências ao segundo governo João.

O fato é que a oposição na Paraíba precisará de um comando. Por ora, até então, os oposicionistas marcham separados, cada qual atirando de sua trincheira.

Pedro construiu uma das mais fortes.

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