O papel de Adriano

Os  governos estaduais  ficaram com o amargo ônus de apresentarem suas próprias reformas da previdência para os servidores públicos estaduais. Diferentemente de como acontece em Brasília, acabam tendo que enfrentar segmentos bem informados sobre seus direitos e fisicamente presentes para fazerem barulho e protestos. Falta ainda aos governos estaduais um ministro Paulo Guedes dizendo à nação que todos os problemas do Brasil serão resolvidos somente após a aprovação da Reforma da Previdência.

O resultado é o que está acontecendo no âmbito da Assembleia. A oposição e as categorias em cima do lance. Um barulho que se pode ouvir do outro lado da rua, no Palácio da Redenção. Soma-se ainda no caso da Paraíba que o governador João Azevedo está estreando um rompimento político com o ex-governador Ricardo Coutinho, recebendo deste e de seus aliados contraponto direito. Ricardo, inclusive, mantendo coerência com seu posicionamento nacional, visto que desde sempre foi contrário à Reforma da Previdência, mesmo quando, ainda aliado a João, via o governador paquerando com a possibilidade de apoiar a proposta.

Neste acalorado ambiente, mais uma vez, surge a responsabilidade de apitar e conduzir o jogo o presidente da Assembleia, Adriano Galdino. Aliado, Galdino botou a bola em jogo e foi pra cima para matar a partida no estilo urgência urgentíssima. Não contava com uma oposição e algumas categorias tão agilmente preparadas no contra ataque. Nem com a barreira do Judiciário que, após analisar o VAR, mandou o jogo parar. Eis que Galdino volta em campo com sua maior habilidade: tocar a bola entre o seu governo aliado e seus  amigos da oposição. Evitou recorrer e discutir com a Justiça (o Governo que faça isso). E atendeu aos apelos da oposição para adotar um rito mais lento na discussão da matéria. Claro que isso vai gerar mais desgaste para o governo. Porém, especialista no termômetro na Casa, Galdino sabe que qualquer postura mais atabalhoada poderá colocar tudo a perder.

A postura do presidente da Assembleia acaba reacendendo, nos bastidores, as velhas teorias da conspiração, pela qual Adriano estaria sempre agindo para “derrubar” João e assumir o governo. Calma, menos tempero nesta comida. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Adriano sabe o que está fazendo porque conhece o ritmo da Casa de Epitácio Pessoa. No final, vai conseguir seu objetivo, evitando sair chamuscado, entregando ao Governo o que o Governo deseja. Se João está ou não nas mãos de Adriano, aí já não é teoria da conspiração. É política. É a vida.

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