Os 14 dias do “lockdown” na Grande João Pessoa passaram. Na verdade, quanto à circulação de pessoas, eles poucos
pareceram com um “lockdown” ao modo europeu. Eficácia mesmo somente em deixar os estabelecimentos fechados, o que tem gerado críticas de quem tem visto os negócios desmoronarem diante da pandemia.
Em meio a muitas críticas, esse período de medidas mais rígidas (no papel) assustou um pouco a população
no início, mas depois nem foi mais levado em consideração.
Ficou claro que os poderes públicos não estão em condições de sustentar na prática qualquer medida que seja mais rigorosa.
Talvez, por isso, encarando a realidade, governo e prefeituras resolveram começar a mudar a rota, mesmo que, na prática, quase que imperceptivelmente.
Há algo diz que, se não fosse pela pressão que vem de fora para dentro, todos os gestores, em seu íntimo, e mesmo que não revelem, nutrem um desejo de impor um confinamento geral, rigoroso e prolongado.
Mas não há mais clima para isso, mesmo que os números dos casos de contaminação e mortes ainda não possam servir para comemoração.
O fato é que início da primeira fase de abertura foi anunciado ontem pelo Governo e hoje pela prefeitura de João Pessoa. E é fato que eles poderiam, se quisessem, anunciar a extensão do lockdown , impondo ainda mais restrições ou fiscalização diferente do “deixa passar” que se viu nestes 14 dias.
Mas não fizeram. Colocaram na praça o quadro de início de abertura. Que sinaliza, dentro do roteiro anunciado, tudo aberto mesmo a partir do final de julho.
Governo e prefeitura merecem, neste movimento, um voto de confiança. É na perspectiva do comprometimento da abertura total a partir do final de julho que se deve direcionar as expectativas de retomada econômica.
Agora, ao menos, se tem uma tabela pela qual se pode seguir e , até, se programar. Isso gera, ou deve gerar, um clima de melhores expectativas. Porque, como disse lá em cima, se fosse por suas vontades próprias, e recomendações sanitárias, os gestores só gostariam de liberar geral na próxima Copa do Mundo.
Governo e prefeituras também não poderiam cometer a irresponsabilidade de amanhecer nesta segunda com tudo completamente aberto. Mesmo que a ansiedade econômica já esteja em erupção em razão dos três meses de
paralisação. Mas até as empresas precisam preparar e colocar em execução seus protocolos de segurança,
que devem reger o “novo normal”.
É importante, inclusive, que, a partir de segunda-feira, as empresas, os segmentos econômicos todos, possam demonstrar extrema responsabilidade com os protocolos para mostrar aos gestores e ao Judiciário que estão realmente comprometidos em funcionar com segurança. Em vender sim, mas mantendo
o combate contra o Corona Vírus.
O que vai gerar solidariedade e cumplicidade mútua nesta guerra.
É isso que vai definir a acelaração das fases para se atingir a abertura total. E demonstrar, de uma vez por todas, que não há sentido algum combater esta doença tão assustadora quanto insondável matando a economia, fechando negócios, empresas e empregos.
O início, portanto, começou.