Em tempos de extremismos, onde uma parcela diz que tudo é ruim e a outra diz que tudo é bom, estando, portanto, os dois lados errados, a Folha de São Paulo trouxe neste final de semana que permite conteúdo para todos os gostos.
Avaliando 108 áreas da gestão, a Folha identificou melhoras na economia e no combate à criminalidade, bandeira de campanha de Bolsonaro. De todas elas, no entanto 58 pioraram, especialmente em áreas sociais.
Houve sim aumento no número de empregos formais (644 mil a mais), informalidade cresceu 3%, avanço da confiança Brasil, do PIB, e no preço médio da gasolina. Mas houve um abalo nas áreas sociais como saúde, educação e habitação.
O Bolsa Família viu crescer sua fila de espera, o Minha Casa Minha Vida reduziu em 56% no financiamento para famílias de baixa renda, e na saúde, queda no número de médicos na atenção básica, e agentes comunitários de saúde. Coincidência ou não, o Brasil registrou aumento de 60 mil casos de mortalidade infantil no ano passado.
O trabalho da Folha traz dados de todos os “tamanhos”, mas no geral fica a impressão de que o Brasil começa a sentir sinais de retomada economia. Porém, não há como pensar num país que cresce sem cuidar de sua agenda social. Primeiro porque não é justo. Segundo porque, num país como o Brasil, sem assegurar o mínimo de escalada das classes mais vulneráveis, não há como atingir um cenário de conquista da estabilidade, consumo, segurança e qualidade de vida no geral.
Vejamos as cenas dos próximos capítulos.