Em política, via de regra, é necessário ter lado. Algumas vezes, o melhor mesmo é estar do lado de todos os lados. Foi o caminho que o comunicador Nilvan Ferreira parece ter escolhido nesta sua terceira tentativa de chegar a um mandato no executivo, desta vez a prefeitura de Santa Rita.
Ele já havia sinalizado o modelo de abertura política quando iniciou flerte com o Republicanos, um partido do Centrão, mas que na Paraíba está na base de João Azevedo. Mas quando do anúncio oficial de sua pré-candidatura à prefeitura de Santa Rita, ele escancarou.
A começar pelo slogan e pelas cores: “Todos por Santa Rita”, escrito de forma bem colorida, nos mesmos moldes da arte do governo Lula. Para reforçar, Nilvan revelou que trabalhar para unir em favor da sua candidatura, além do Republicanos de Hugo Mota, o União Brasil de Efraim Filho, o MDB de Veneziano Vital do Rego e o Podemos de Ruy Carneiro. E ainda aliviou críticas e ataques, que marcaram sua trajetória política desde 2020, inclusive, em relação ao governo João Azevedo e ao Governo Lula, trocando por buscar parcerias com cada um deles caso eleito.
Em suma, como disse o slogan escolhido para pré-campanha, Nilvan (agora) é de todos, evitando a tese de candidato de “uma nota só”.
Guardadas as devidas proporções, movimento parecido com o que deixou transparecer o Pastor Sérgio Queiroz quando colocou o pé na disputa pela prefeitura de João Pessoa. Ele descartou a tese de ser mais um “candidato de Bolsonaro”, falando que vai defender as bandeiras que acredita. Nada de rótulos.
Esse processo de “desbolsonarização” visto em Nilvan e Pastor Sérgio tem lógica de ser. Ambos, apesar de serem eleitores do Capitão, não tiveram do mesmo o retorno integral que esperavam. Mesmo assim, poderiam continuar de um lado. Mas percebem que tem mais atributos pessoais para avançar na política se expandirem suas margens de diálogo.
Afinal, uma coisa é ter lado, outra é idéia fixa.