Há algumas verdades que precisam ser ditas como tradução daquilo que já foi dito. E da forma direta. Pré-candidato ao governo do Estado apoiado pelo PL, Efraim Filho quer se livrar do rame rame da família Bolsonaro para poder sustentar uma candidatura a governador na Paraíba de forma mais ampla, mesmo que apoiado pelo eleitorado de direita.
Por isso disse o que disse ontem no Frente a Frente, da TV Arapuan, desacreditando da tese de anistia, defendendo o nome do governador Tarcísio de Freitas como presidenciável da direita bolsonarista e alegando que eleger um presidente aliado é a única saída para Bolsonaro ver a luz do sol fora de uma cela.
Uma tese que, na verdade, serve como justificativa para o senador se livrar de ter que carregar nas costas o moído da família Bolsonaro, propenso a viver em pé de guerra entre Michelle e os filhos do ex-presidente, especialmente na Paraíba cujo eleitorado deu maioria esmagadora no interior para Lula em desfavor do capitão. Aliás, não se surpreenda se os meninos do ex-presidente derem um porrada em Efraim por causa dessa declaração.
Mesmo com esse risco, Efraim defendeu, portanto, uma tese que, principalmente, o coloque como candidato ao governo de um candidato a presidente da República que tenha maior capacidade de ampliação do eleitorado, como Tarcísio de Freitas, por exemplo.
Um candidato que, apesar de direita, dialoga até com algumas lideranças provavelmente presentes nas chapas de Lucas Ribeiro e Cícero Lucena.
O que permitiria que Efraim pudesse manter o apoio da base da direita mais radical ao mesmo tempo que pudesse ter uma margem para fazer um debate com eleitorado que está cansado do confronto Bolsonaro versus Lula.
Tarcísio, portanto, seria uma grande salvação para Efraim. Que nem precisaria ter que colocar uma camisa com a cara de Bolsonaro e a expressão mito eu te amo num estado em que Lula recebeu mais de 66% dos votos. E ainda estaria mais livre para falar muito mais sobre os problemas da Paraíba do que sobre anistia a Bolsonaro.
O que os “bolsonaristas raiz” pensam disso, hein ?
