Léo bota as garras de fora e dá sinais de que até a bondade tem limite

O vice-prefeito de João Pessoa, Léo Bezerra (PSB), resolveu sair da passividade e reagir a série de críticas que o prefeito Cícero Lucena vem recebendo de lideranças da base governista, a maioria do seu próprio partido, o PSB.

Ele soltou nota falando que secretários fragilizam candidatura de João Azevedo ao Senado ao atacarem a Cícero e, de raspão, a ele mesmo, uma vez que dificultam a manutenção da disposição da dupla em assegurar apoio ao governador para a eleição de senador.

A tradução do recado leva a crer que até a paciência de Léo tem limite. E que para ele se desobrigar do voto ao governador basta que a artilharia do seus (ex) amigos continue a atingi-lo.

De fato, é preciso saber se os aliados de João estão fazendo uma separação entre o que cabe a Cícero e o que cabe a Leo Bezerra. A rigor, o vice-prefeito socialista não tem culpa original no movimento que o prefeito fez de se colocar como candidato dissidente da base governista.

Ele apenas será beneficiado. Mas não tinha força para provocar o cenário que aí está. Ficou parado. E ganhará a prefeitura. Ninguém, portanto, pode ser culpado por ser sortudo. E até para “dar um drible em Cícero”, algo improvável, ele precisaria neste momento dar sinais de que apoia o atual prefeito para que ele saia candidato.

Qualquer posição resistente de Leo neste momento faria Cícero desistir da desincompatibilização, a exemplo do que aconteceu com Luciano Cartaxo em 2018, lembram? Talvez o foco em Cícero seja mais claro do que em Léo. Que deveria ser tratado – mesmo que teatralmente – como alguém que, la na frente, pudesse ficar com João Azevedo de verdade. Aliás, João, ao ser perguntado sobre Leo, poderia muito bem responder: “Leo sabe o que fizemos juntos e o que combinamos fazer em 2026”. E pronto. Deixava a dúvida no ar. Mas ao levantar esse muro contra Cícero e colocar Leo no mesmo terreno os aliados de João, realmente, perdem uma oportunidade de terem um futuro prefeito de João Pessoa votando em João.

Pois, diferentemente de Cícero, que será VETADO pelo MDB a votar em João Azevedo para o Senado, Léo Bezerra será dono de si mesmo em abril de 2026 e vai votar em quem quiser sem que ninguém possa dar um pio contrário. Ou você acha que Veneziano irá “gritar” com o prefeito de João Pessoa em 2026? Ou você acha que Cícero Lucena, fora da cadeira, vai “gritar” com Leo após abril de 2026? Não. Ninguém irá. Por ora, só os aliados de João Azevedo.

A posição só se justifica se o PP de Lucas Ribeiro e o Republicanos de Hugo Motta tenha deixado claro ao governador que não aceitarão que a prefeitura de João Pessoa esteja exclusivamente com João Azevedo para o Senado, desprezando as demais candidaturas da chapa governista. Aí, neste caso, o recado de Léo sirvará apenas para que, ao deixar de sustentar o voto em João ao Senado, ele não possa ser chamado de traidor. Uma vez que já terá episódios de sobra para dizer: “Eu tentei”.

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