A pergunta adequada, na verdade, seria qual o grau de aglutinação de forças que o governador João Azevedo pode atingir para disputar a reeleição em 2022?
Porque esse mito da unidade completa na Paraíba, ouvida há muitas décadas, não tende a acontecer. Ele depõe contra a cronologia histórica e a realidade dos fatos.
Primeiro porque, o momento em que estamos vivendo, a palavra é, infelizmente, extremismo, não unidade. Segundo porque seria decretar o fim da própria política que se resume, na prática, – para tristeza de Platão – pela briga e manutenção do poder de quem nela milita.
E não há sinal algum de que estamos aqui na Paraíba – ou mesmo no mundo – vivendo uma epidemia de abnegação, onde todos renunciariam seus desejos e interesses pessoais e prol de apenas um. A monarquia absoluta já caiu sob a invenção do Estado moderno. Política é disputa. Este é o reino ao qual estamos submetidos neste mundo.
No caso da Paraíba, o que existe hoje é uma ausência de nomes por parte da oposição para lançar na disputa ao governo para, como já disse o poeta Ronaldo Cunha Lima uma vez, arrebatá-lo das mãos de João Azevedo.
Portanto, não se deve confundir falta de opção da oposição, algo registrado há algum tempo, com união geral em prol de um só nome.
Neste ponto, pode-se dizer sim que o governador trabalha para atingir o máximo de composição de uma base para sua reeleição, limitando seus problemas exatamente para o dilema de encaixar cinco ou seis no lugar onde só cabem dois.
Tirar Romero Rodrigues da jogada, o que é mérito muito mais da ausência de segurança que o ex-prefeito campinense percebeu de seu grupo, foi um passo neste sentido. Se o conseguir fazer sem perder Veneziano Vital do Rego já será digno de ser considerado um exímio pacificador. Conseguindo manter Aguinaldo Ribeiro, Efraim Filho, Adriano Galdino e por aí vai, teria o nome inscrito no panteão.
Neste sentido, alguns fatores favorecem ao governador. O primeiro, claro, precisa ser no campo do próprio governo. Político só se junta com governo que se apresenta promissor.
Em seguida, pela sua própria história. Político novato em disputas eleitorais, João Azevedo não tem histórico muito largo de brigas e rixas passadas. Nisso, ele é praticamente virgem.
Soma-se a isso o fato da própria postura pessoal do governador, que não apresenta uma disposição beligerante tão acentuada.
Concorrerá à reeleição. E, por tabela, ao Nobel da Paz.